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XXXVII REUNIÃO ANUAL DA SPAIC / RESUMOS DAS COMUNICAÇÕES ORAIS E DOS POSTERS





PO 06 Anti -histamínicos: quando os suspeitos não são frequentemente banalizado mas os efeitos adversos da sua toma
os do costume não devem ser desprezados.
R Fernandes , J Pita , C Ribeiro , I Carrapatoso , A Todo Bom 1 Métodos: Os autores apresentam o caso clínico de um homem
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1 Serviço de Imunoalergologia Centro Hospitalar e Universitário de 26 anos, chinês, residente em Portugal desde há 6 anos, desem
de Coimbra, Coimbra, PORTUGAL pregado, sem antecedentes pessoais e familiares relevantes, in
cluindo alergológicos. Em Abril de 2016, iniciou ingestão de SPr
Caso clínico: os autores apresentam o caso de uma doente do enriquecidos em proteína de soja. Cerca de 1 mês depois, mudou
sexo feminino com 35 anos, enviada a consulta de Imunoalergolo de SPr e passou a ingerir outros SPr, também contendo proteína
gia por urticária e angioedema com 6 anos de evolução. Quadro de soja mas ricos em iodo, sendo preparados com leite de soja.
iniciou imediatamente após o parto e caracterizava se por exan Trinta minutos após a segunda ingestão deste preparado, desen
tema máculo papular pruriginoso generalizado e angioedema peri volveu lesões máculo papulares eritematosas pruriginosas gene
orbitário, face e lábios. Nega qualquer desencadeante, mas refe ralizadas, recorrendo a centro de medicina chinesa, onde foi me
re agravamento com a toma de anti histamínicos (AH) na forma dicado com betametasona ev. Na manhã do dia seguinte, teve
oral, tolerando a via injetável. Resolução das crises com cortico diminuição da força proximal dos membros superiores com queda
terapia oral. Nega antecedentes de doença alérgica. Realizou in no domicílio, acompanhada de palpitações regulares, pelo que re
vestigação complementar com teste cutâneos (TC) por picada a correu ao serviço de urgência. De referir, 1 episódio semelhante
aeroalergénios e alergénio alimentares, auto anticorpos, função 1 mês antes, de resolução espontânea. Laboratorialmente: hipo
tiroideia, serologias víricas, imunoglobulinas (Igs) séricas e com caliémia grave, hipofosfatémia e alterações da função tiroideia
plemento, sem alterações. Dado o amido de milho (AM) ser um compatíveis com hipertiroismo, pelo que iniciou correção hidroe
dos excipientes de todos os comprimidos de AH tomados, optou leclítica e foi internado. Após alta, foi enviado à Consulta de Aler
se por realizar TC prick to prick com farinhas que foram positivos gia Alimentar (Consulta de Imunoalergologia), para investigação
para centeio, milho, cevada e AM. IgEs específicas negativas. Se de possível alergia alimentar. Realizou testes cutâneos (TC) por
guidamente realizou se uma prova de provocação oral (PPO) com picada (TCP) para alergénios inalantes e alimentares, incluindo os
AM em dose crescente até uma dose cumulativa total de 1,2 g. componentes dos preparados, TC prick prick, doseamento de IgE
Cerca de 4 horas após a última toma desenvolveu exantema total e específica(sIgE).
máculo papular na região abdominal, com generalização às 8 horas. Resultados: Foi diagnosticada Paralisia Periódica Tireotóxica,
Doze horas após iniciou dispneia, broncospasmo e sensação de tendo iniciado terapêutica com tiamazol e propranolol. Os TC
aperto orofaríngeo pelo que foi observada no Serviço de Urgência, mostraram sensibilização à soja; IgE total (139 U/mL), sIgE para
tendo realizado corticoterapia e AH endovenosos com resolução. soja 17kU/L, com indicação para dieta de evicção.
O doseamento da triptase em crise foi normal. Além da evicção Conclusão: A alergia à proteína de soja é frequente, sendo con
do AM como excipiente em medicamentos e alimentos, iniciou siderada um dos 8 alergénios alimentares mais importantes, em
restrição alimentar em farinhas, mantendo se assintomática 6 se que as crianças são as mais afectadas. No entanto, a sensibilização
manas após o início da evicção. e alergia à soja associada à ingestão de suplementos proteicos é
Conclusão: os sintomas cutâneos são uma forma rara de apre muito raro, desconhecendo se até à data a existência de publica
sentação de alergia alimentar em adultos. No caso vertente, ape ções na literatura. Apesar das reacções descritas serem raras e
sar da avaliação inicial ser sugestiva de um quadro de urticária imprevisíveis, alerta se para o facto destes suplementos serem
crónica espontânea, a exploração detalha da história clínica levan ingeridos pela população em geral sem qualquer tipo de controlo
tou a suspeita de hipersensibilidade ao excipiente amido de milho. ou orientação.
A confirmação da hipersensibilidade através de PPO, permitiu
estabelecer se um diagnóstico definitivo o que possibilitou uma
evicção adequada com melhoria significativa da qualidade de vida PO 08 Impacto percepcionado da alergia alimentar
da doente. no quotidiano dos doentes
F Carolino , A Coimbra 1
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1 Serviço de Imunoalergologia, Centro Hospitalar São João, E.P.E.,
PO 07 O lado negro dos suplementos alimentares Porto, PORTUGAL
proteicos Alergia e paralisia periódica tireotóxica
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M Paulino , L Ribeiro dos Santos , A C Costa , M Barbosa 1 Objectivo: Avaliar o impacto da alergia alimentar (AA) na vida
1 Serviço de Imunoalergologia, CHLN Hospital de Santa Maria, quotidiana dos doentes e seus cuidadores.
Lisboa, PORTUGAL Metodologia: Revisão dos processos clínicos dos doentes ava
2 Serviço de Medicina 2, CHLN Hospital de Santa Maria, Lisboa, liados na nossa Unidade de Alergia Alimentar, nos anos de 2013 a
PORTUGAL 2015 (n=187). Selecção dos doentes (ou seus cuidadores) com AA
confirmada (n=51; 27%) para responderem a uma entrevista tele
Objectivo: Alertar para potenciais efeitos adversos graves, alér fónica estruturada.
gicos e não alérgicos, dos suplementos alimentares proteicos (SPr), Resultados: Aceitaram participar 21 doentes com AA (67% sexo
ditos naturais . O consumo de SPr, de venda livre no mercado, é feminino; idade média±DP 28±16 anos; 7 doentes <18 anos). Os


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REVIST A POR TUGUESA DE IMUNO ALERGOLOGIA
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