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XXXVII REUNIÃO ANUAL DA SPAIC / RESUMOS DAS COMUNICAÇÕES ORAIS E DOS POSTERS
de pápula) e a cerveja Super Bock (15mm), mas negativos para a PO 12 Esofagite eosinofílica e corticoterapia tópica:
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cevada, centeio, pimenta branca e pimentão doce (histamina 7mm). Em busca de uma dose mínima eficaz
Conclusão: A história clínica e o estudo complementar de diag D Pina Trincão , M Paiva , E Finelli , S Prates , J Cabral , P Leiria
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nóstico foram concordantes com a suspeita de alergia a cerveja Pinto 1
por sensibilização ao malte de cevada. O tratamento com inibi 1 Serviço de Imunoalergologia, Hospital Dona Estefânia, Centro
dor da enzima de conversão da angiotensina e betabloqueador Hospitalar de Lisboa Central, EPE, Lisboa, PORTUGAL
mais a ingestao de álcool podem ter contribuído como co fatores 2 Unidade de Gastroenterologia Pediátrica, Hospital Dona Estefânia,
de agravamento das reações. O processamento do grão de ce Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE, Lisboa, PORTUGAL
vada em malte poderá explicar a ausência de sensibilização à
cevada. Introdução: De acordo com as guidelines atuais, a abordagem
terapêutica da esofagite eosinofílica (EoE) preconiza em primeira
linha, a par da dieta de evicção alimentar, o uso de corticosteroi
PO 11 Alergia ao glúten, uma forma rara des tópicos (CST). A dose utilizada varia nos diferentes estudos,
de apresentação clínica não sendo consensual a dose mínima eficaz. Apresentamos um
M Bento , C Rio , F Pineda 3 estudo retrospetivo dos doentes com EoE que realizaram tera
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1 SAMS, Lisboa, PORTUGAL, pêutica com CST.
2 SAMS, Lisboa, PORTUGAL, Métodos: Foi efetuada uma análise retrospetiva dos doentes com
3 DIATER Laboratórios, Madrid, SPAIN diagnóstico de EoE que realizaram tratamento com CST (proprio
nato de fluticasona [PF] 500 mcg 2id, administrado por inalador
Objetivo: Alertar para formas clínicas de alergia alimentar cau pressurizado durante mínimo de 3 meses) de 2006 a 2015, inclusi
sadas por proteínas alimentares comuns, veiculadas através de ve. Avaliou se a eficácia terapêutica, definida como resolução clí
alimentos com elevado potencial alergénico. Metodologia nica e histológica da EoE, bem como a evolução da doença tendo
Caso clínico: lactente, F:, nascida de parto de termo eutócico, em conta a interrupção ou manutenção do tratamento com CST.
PN 3 KG, suplemento formula standard na maternidade, LM Resultados: Foram analisados 53 doentes acompanhados em con
desde o nascimento até 5M, seguido de fórmula LA. 4 M intro sulta. A mediana foi de 8 anos (mínimo: 0,5 anos máximo: 15 anos),
dução de legumes, carne, fruta, farinhas lácteas sem glúten, boa 79% (n=42) eram do sexo masculino e 69% atópicos (n=39). Dos
tolerância. 7 meses quadro clínico imediato (20 minutos) urticá 47 doentes com follow up, verificou se resolução em 44 (93%).Nos
ria generalizada após introdução de yogourt. A análise do yogourt doentes em que o tratamento foi suspenso e foi realizado follow up
mostrou trigo na composição. Diagnóstico provável: alergia IgE (n=33) verificou se recidiva em todos. Em 10 doentes foi tentada
mediada ao trigo. Diagnóstico Alergológico: TC; IgEs; SDS PAGE; redução da dose diária de CST, com controlo clínico e histológico
Western Blot. RESULTADOS: TC N (leite de vaca e PLV); P em 7, nomeadamente nas doses de PF 500 mg/dia (n=4) e de 250
(trigo, glúten e yogourt). IgEs N (leite de vaca e PLV), IgEs P mg/dia (n=3). Observou se recidiva em 3 doentes com PF500 mcg/
(trigo 5,10 KU/L,. glúten 4,32 KU/L). Western Blot, anticorpos dia, motivando re escalada terapêutica com resolução.
IgEs fracções hidrosolúveis e liposolúveis do trigo (gliadinas e Conclusão: A eficácia do uso de CST para tratamento da EoE é
gluteninas). Discussão: os cereais com glúten (trigo, centeio, elevada, contudo, é de salientar a elevada taxa de recidiva após a
cevada), são introduzidos na alimentação infantil após o quarto sua suspensão. Nos doentes que mantiveram tratamento com CST
mês de vida. As proteínas alergénicas major do trigo (triticum foi possível reduzir a dose em 70% dos casos, mantendo se o
estivatum) são gliadinas e gluteninas. A sensibilização pode ter controlo da EoE. No tratamento da EoE com CST dever se á
ocorrido via leite materno, o que explica a reacção alérgica ime avaliar a dose mínima eficaz para o seu controlo, o que permitirá
diata após primeira ingestão de yogourt contendo trigo. No redução o risco de eventuais efeitos secundários e maior como
diagnóstico salienta se: importância da HC e do inquérito ali didade posológica para o doente.
mentar (chave do diagnóstico); TC e IgEs positivos para trigo e
glúten. O estudo imunoeletroforetico (SDS PAGE e Western
Blot) permitiu identificar as proteínas alergénicas nas fracções PO 13 Polisensibilização a peixe, mariscos
hidro e liposolúveis do trigo, (gliadina e glutenina). A prova de e leguminosas Um caso clínico
provocação oral gold standard do diagnóstico em alergia ali A Ciobanu , C Loureiro , A Todo Bom 1
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mentar, é dispensável no lactente com história clínica recente 1 Serviço de Imunoalergologia do CHUC, Coimbra, PORTUGAL
sugestiva, T e IgEs positivas. O prognóstico é favorável, com uma
evolução provável para tolerância. Introdução: A alergia alimentar a peixes e mariscos assim como
Conclusões: O trigo e cereais com glúten são alergénios alimen ao amendoim, com início na infância, na maioria dos casos persis
tares importantes na idade pediátrica. Um quadro clínico inaugu te durante a vida. As proteínas alérgicas destes alimentos são
ral de alergia imediata ao trigo após ingestão de yogourt não é termoestáveis no processo de preparação sendo pouco modifica
frequente. A combinação de métodos de diagnóstico alergológico das pela acidez do suco gástrico e por enzimas intestinais. Assim,
in vivo e in vitro, permitiu, neste caso, confirmar o diagnóstico e os seus epítopos alcançam a circulação sanguínea na sua forma
caracterizar o perfil de sensibilização alergénica. inicial possibilitando o desenvolvimento de reações alérgicas de
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REVIST A POR TUGUESA DE IMUNO ALERGOLOGIA