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XXXVII REUNIÃO ANUAL DA SPAIC / RESUMOS DAS COMUNICAÇÕES ORAIS E DOS POSTERS
bactérias inteiras inativadas: Staphylococcus aureus 15%; Staphylo plementadas, continua a ser elevada (9,7% nos profissionais de saúde,
coccus epidermidis 15%; Streptococcus pneumoniae 60%; Klebsiella 7,2% em doentes susceptíveis e 4,3% na população geral). Este conti
pneumoniae 4%; Moraxella catarrhalis 3%; Haemophilus influenzae nua a ser um alergénio relevante, em particular nos principais grupos
3%. A administração do tratamento foi através via perlingual. de risco, e só uma história clínica detalhada relativamente à activida
Considerou se uma falha do tratamento a ocorrência de 2 novos de profissional do doente (todas as actividades exercidas ao longo da
episódios de amigdalite após o início do tratamento correspondente. vida e exposições associadas), hobbies/actividades de lazer permitem
Resultados: Globalmente, 53 (60%) doentes apresentaram melhorias a sua identificação como agente etiológico nalgumas situações clínicas.
clinicas e 35 (40%) foram amigdalectomizados. No grupo que recebeu
apenas tratamento com antibióticos como tratamento profilático 35
(53%) evitaram a amigdalectomia e 31 (47%) apresentaram pelo menos PO 22 Omalizumab na imunoterapia com veneno
2 novos episódios de amigdalite e requereram cirurgia. No grupo de himenóptero Caso clinico
tratado com antibióticos e BACTEK 18 (82%) doentes apresentaram T Lourenço , A Lopes , J Caiado , A Mendes , E Pedro , M Pereira
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melhorias clinicas e evitaram a amigdalectomia. A diferença verificada Barbosa 1,2
entre os dois grupos apresenta significância estatística (P=0.0230). Não 1 Serviço de Imunoalergologia, Hospital Santa Maria Centro
foram reportados efeitos adversos relativamente à administração de Hospitalar Lisboa Norte, EPE, Lisboa, PORTUGAL
BACTEK e todos os doentes terminaram o tratamento profilático. 2 Clínica Universitária de Imunoalergologia, Faculdade de Medicina
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Conclusão: Em condições de vida real , em doentes adultos com da Universidade de Lisboa, Lisboa, PORTUGAL
amigdalite recorrente, suportam a administração de imunoestimu
lantes polibacterianos por via sublingual, como uma estratégia Introdução: Na Europa a prevalência de reação sistémica com a pica
efetiva na redução da necessidade da amigdalectomia. da de himenóptero varia entre 0,3 7,5%, sendo maior nos apicultores.
A imunoterapia com veneno (ITV) de himenóptero oferece proteção
em 80 100% dos casos. Reações alérgicas podem ocorrer com a ITV
PO 21 Alergia ao látex: Caso clínico sobretudo durante a iniciação com ultra rush, impedindo a sua progres
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A Castro Neves , C Alves , A Margarida Romeira , P Leiria Pinto 1 são. O omalizumab pode ser usado como tratamento imunomodulador
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1 Hospital Dona Estefânia Centro Hospitalar Lisboa Central, em associação à ITV, com o objetivo de reduzir as reações alérgicas.
Lisboa, PORTUGAL Caso clinico: Homem de 53 anos, apicultor nos tempos livres, re
corre à urgência por clínica de obstrução nasal, rinorreia anterior,
Introdução: A alergia ao látex é uma causa importante de alergia dispneia e eritema facial com início 10 minutos (min) após picada de
ocupacional e é responsável por inúmeras reações alérgicas em indi abelha no dedo indicador direito. À observação, 3 horas após a picada,
víduos sensibilizados, sendo mais frequente nos profissionais de saúde. apresentava se hemodinamicamente estável, eupneico, sem broncos
A sua prevalência diminuiu após os anos 90 com a introdução das luvas pasmo, com obstrução nasal e eritema facial. Fez terapêutica com
sintéticas (vinil e nitrilo), particularmente em ambiente hospitalar. corticóide, clemastina e ranitidina ev. com melhoria. A triptase dosea
Caso Clínico: Doente do sexo feminino, 51 anos, empregada de da na urgência foi de 16,6 ug/L. A investigação imunoalergológica re
limpeza, com antecedentes pessoais de asma e rinite, referenciada à velou IgE especifica para veneno de abelha >100 kUA/l e testes cutâ
consulta de Imunoalergologia por episódios de urticária aguda sem neos intradérmicos positivos para veneno de abelha na concentração
factor desencadeante aparente. Iniciou anti histamínico (AH) em 0,01 ug/mL. Iniciou IT com veneno de abelha sob pré medicação com
dose dupla com melhoria da sintomatologia. Posteriormente teve clemastina e montelucaste com suspensão por reação anafilática 30
episódio de urticária associado a sensação de dispneia, que relacionou min após administração de 10 ug. Fez adrenalina, metilprednisolona e
com ingestão de camarão. A destacar na história ocupacional que a broncodilatadores, com melhoria. Ficou medicado em ambulatório
doente foi auxiliar de acção médica dos 32 aos 46 anos e continuou com montelucaste e anti histamínico durante 15 dias, repetiu o pro
a fazer apoio ao domicílio até à actualidade. Um ano após iniciar a tocolo com aparecimento 30 min após administração de 10 ug de
sua actividade como auxiliar, iniciou queixas de rinite e prurido cutâ eritema na face e pescoço, com regressão após corticoterapia e rani
neo generalizado que atribuiu ao pó das luvas de látex, nunca tendo tidina ev. No mesmo dia repetiu a administração de 10 ug, com reapa
sido feita qualquer investigação. Com a implementação do uso de recimento das queixas cutâneas, sensação de corpo estranho na oro
luvas de nitrilo no trabalho, melhorou. Refere queixas de prurido faringe e edema da úvula à observação. Fez hidrocortisona, ranitidina
orofaríngeo e edema da língua durante tratamento dentário e pru e ácido aminocaproico ev, com melhoria. Efetuou se novo ultra rush
rido cutâneo com chinelos de borracha. Na consulta de Imunoaler sob omalizumab, mantendo antihistaminico e montelucaste diário.
gologia, realizou testes cutâneos por picada para aeroalergénios e Inicialmente, fez 2 administrações de omalizumab, 7 dias e 1 hora antes
crustáceos em natureza que foram positivos para Dermatophagoides do ultra rush, com aparecimento de eritema da face e obstrução nasal.
pteronyssinus e Látex e negativos para crustáceos e fez doseamento Fez posteriormente 4 ciclos de 300 mg de omalizumab com 15 dias de
sérico de IgE específica para látex que foi de 14,8 KUA/L. Foram intervalo. Ao 7.º dia reiniciou ultra rush com boa tolerância.
instituídas medidas de evicção e passou a usar luvas de nitrilo nas Conclusões: Omalizumab tem sido utilizado em associação com a IT
actividades de apoio domiciliário, sem novos episódios de urticária. no controlo de reações alérgicas com bom resultado. Os autores des
Conclusão: Embora a prevalência da alergia ao látex tenha diminuí crevem um caso clínico em que a utilização de omalizumab permitiu
do, como resultado das várias medidas de evicção que têm sido im com sucesso a progressão do ultra rush com veneno de himenóptero.
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REVIST A POR TUGUESA DE IMUNO ALERGOLOGIA