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XXXVII REUNIÃO ANUAL DA SPAIC / RESUMOS DAS COMUNICAÇÕES ORAIS E DOS POSTERS





vários graus de gravidade desde a síndrome de alergia oral (SAO) SESSÃO DE POSTERS II
até anafilaxia às vezes fatal.
TSV de 8 anos de idade, sexo masculino frequenta a consulta de ALERGIA A FÁRMACOS /
IA desde 2012 por alergia alimentar. Amamentação até aos 2 me VENENO DE HIMENÓPTEROS / LÁTEX
ses. Aos 8 meses a ingestão de peixe desencadeou edema dos lá
bios, prurido oral, erupção papular, pruriginosa peribucal com
resolução em algumas horas. Ao contacto com peixe cozinhado Dia: 7 de Outubro
apresentava erupção maculo papular pruriginosa e edema das pál Horas:10h30 11h30
pebras, prurido das mãos e ocular. Os vapores de cozedura de Local: Sala 2
peixe desencadeavam obstrução nasal, rinorreia e ligeiro edema
de pálpebras. Nunca ingeriu camarão, não teve reações a polvo. Moderadores: Marta Chambel, Marta Neto
Dos exames realizados destacam se: hemograma com eosinofilia
1200/mm³; testes cutâneos de alergia por picada para aeroalergé PO 14 Hipersensibilidade a anti -inflamatórios não
nios negativos e para alimentos (salmão, pescada, bacalhau, sardi esteróides por inibição da ciclooxigenase -1
nha, feijão branco, soja, tremoço e amendoim) positivos; dosea Casuística de 10 anos de consulta
mento de rDer p 10 de 0,19 KU/L; r Gad c 1 de 2,71 KU/L; estudo M Ferreira Neto , M Pereira Barbosa 1
1
funcional respiratório sem alterações. 1 Serviço de Imunoalergologia, CHLN, Lisboa, PORTUGAL
Desde 2013 efetua evição total de peixes, mariscos e leguminosas,
com exceção de amendoim e tremoços que ingere em baixa quan Introdução: As reações de hipersensibilidade (Hs) aos anti
tidade até 5 unidades, sem desencadear sintomas. inflamatórios não esteróides (AINEs) foram recentemente reclas
A monitorização dos níveis de IgE específicas séricas para salmão, sificadas, de modo a tornar mais prática e mais uniforme a nomen
pescada, bacalhau, soja e tremoço evidenciou uma diminuição sig clatura utilizada para definir o quadro clínico e permitir a melhor
nificativa e ligeira diminuição para feijão branco e amendoim. precisão do diagnóstico (dgx). As reações não imunológicas (rea
Discussão: Apresentamos um caso de alergia alimentar a peixe tividade cruzada), foram divididas em 3 grupos: Doença respira
com reação de SAO. Possível polisensibilização a leguminosas e tória exacerbada por AINEs (NERD), Doença cutânea exacerbada
mariscos sem relevância clínica. Evição total de peixes, mariscos por AINEs (NECD) e Urticária /Angioedema induzida por AINEs
e parcialmente de leguminosas (como tremoços e amendoim) teve (NIUA). Neste tipo de entidade os doentes têm Hs a AINEs não
como resultado diminuição significativa de IgE específicas. Discute relacionados quimicamente, cuja fisiopatologia assenta na seme
se a influência da ingestão de amendoim e tremoços em quanti lhança de padrão de inibição da Ciclooxigenase 1 (COX 1).
dades toleradas na aquisição de tolerância. Métodos: Entre os 357 doentes referenciados à consulta de Aler
gia medicamentosa com história de Hs a AINEs, de Janeiro de
2006 a Março de 2016, analisámos retrospetivamente 173 doentes
(dts) com Hs confirmada a AINEs. Estabeleceu se o dgx de Hs a
AINEs por história clínica sugestiva e por teste cutâneo (unica
mente Metamizol) e/ou prova de provocação oral aberta com o
AINE suspeito ou com ácido acetil salicílico; ou com AINE alter
nativo se episódios múltiplos com clínica reprodutível ou anafila
xia. Exluiram se desta análise os dts com Hs seletiva a AINEs..
Resultados: De 128 doentes, 88 pertenciam ao sexo feminino;
idade média 45±14,88. O AINE suspeito mais frequentemente re
portado na história foi o Ácido acetil salicílico, seguido do Ibupro
feno (73/70). A Hs aos AINEs foi imediata em 67 dts (52,3%), tardia
em 38 (29,7%), acelerada em 12 (9,4%) e retardada em 11 (8,6%).
Realizaram se 91 provas alternativas e 37 diagnósticas. Foram iden
tificados 92 dts (71,8%) do subgrupo NIUA, e 18 dts (14,1%) quer
no subgrupo NERD quer no NECD. Do subgrupo NIUA, 47 dts
(51,1%) descreveram reação imediata (<1h), 26 (55,3%) dos quais
com anafilaxia como quadro clínico de apresentação.
Conclusões: Nesta população com Hs a AINEs, a maioria foi
classificada como subgrupo NIUA, com realce para a descrição de
reação imediata em mais de metade dos doentes e da elevada
percentagem de anafilaxia neste subgrupo. Destaca se ainda o
número de provas alternativas comparativamente às diagnósticas.
Discute se a relevância da metodologia diagnóstica no estabeleci
mento correto do diagnóstico na Hs a AINEs.


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REVIST A POR TUGUESA DE IMUNO ALERGOLOGIA
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