Page 19 - RPIA_27-1
P. 19
REAÇÕES ADVERSAS A MEIOS DE CONTRASTE IODADOS / ARTIGO DE REVISÃO
4
Quadro 6. Tratamento agudo das reações a meios de contrate radiológico iodados, adaptado aos fármacos existentes em Portugal .
Manifestação Tratamento
Urticária Clemastina 0,025mg/kg/dose (máx 2mg) EV
Preservar acesso EV
Monitorizar sinais vitais
Broncospasmo Oxigénio por máscara 6 -10L/min
Salbutamol 4 puffs (100cmg/puff)
Ponderar adrenalina IM ou IV*
Preservar acesso EV
Monitorizar sinais vitais
Edema laríngeo
Oxigénio por máscara 6 -10L/min
Adrenalina IM ou EV*
Preservar acesso EV
Monitorizar sinais vitais
Hipotensão Oxigénio por máscara 6 -10L/min
Elevanção dos membros inferiores
Soro fisiológico EV 10 -20 mL/kg até 1L
Taquicardia (reação de hipersensibilidade) Adrenalina IM ou EV*
associada à hipotensão
Atropina EV 0,2 mL/kg de solução 0,1 mg/mL (0,02 mg / kg).
Bradicardia (reação vasovagal) associada Dose única mínima: 0,1 mg. Dose única máxima: 0,6 – 1 mg. Dose máxima
à hipotensão total: 1 mg para crianças, 2 mg para adolescentes e adultos.
Administração concomitante de soro fisiológico EV.
Hidrocortisona EV 5 mg/kg (máx 200mg)
Prevenção de reações “rebound” ou
Metilprednisolona EV 1 mg/kg (máx 40 mg)
* Adrenalina IM (intramuscular) 0,01 mL/kg de solução 1:1.000 (0,01 mg/kg), até máx 0,50 mL (0,50 mg), que pode ser repetida
cada 5 -15 minutos; adrenalina EV 0,1 mL/kg de solução 1:10.000 (0,01 mg/kg); administrada lentamente com soro fisiológico;
dose máxima 0,15 mg (1,5 mL) para ≤ 30 kg e 0,50 mg (5,0 mL) se > 50 kg.
a probabilidade de reação adversa diminui significativa- de um MCRI baseada na história e resultados de testes
8
mente com uso de terapêutica profilática . cutâneos (TCP, ID e Epi).
Na literatura existem várias recomendações de or- Quanto à terapêutica profilática a realizar, o estudo
ganizações profissionais e de grupos de estudo referindo mais relevante é o de Tramèr et al., que fez uma pesqui-
diferentes regimes profiláticos. Os problemas de unifor- sa sistemática de estudos randomizados de esquemas de
mização devem -se à inexistência de estudos randomiza- profilaxia antes de exames com MCRI e os seus resul-
dos controlados por placebo, às questões éticas relacio- tados. Os estudos analisavam anti -histamínicos anti -H1
nadas com a criação destes estudos e à constante (hidroxizina, clemastina, clorfeniramina, dimenidrato),
evolução e modificação dos MCRI usados na prática clí- corticoides (betametasona, dexametasona, metilpred-
nica 1,4,5,8,29 . Contudo, todas as recomendações têm o nisolona e prednisolona) e combinação de anti-
primeiro passo em comum: identificação do MCRI cau- -histamínicos anti -H1 e H2 (clemastina + cimetidina).
sador da reação e a escolha de um MCRI alternativo. Nenhum estudo testou a combinação de corticoides com
31
29
Della -Torre et al. sugeriu um algoritmo para a seleção anti -histamínicos . De uma forma global, os resultados
17
REVIST A POR TUGUESA DE IMUNO ALERGOLOGIA