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REAÇÕES ADVERSAS A MEIOS DE CONTRASTE IODADOS / ARTIGO DE REVISÃO
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de Witten et al. (1973) e Shehadi et al. (1975) , mas têm controlos saudáveis com MCRI com uma concen-
vindo a ser desmistificados, quer em estudos multicên- tração de (1/100), bem como o facto de os estudos
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tricos europeus , quer em estudos nacionais 23,24 . mostrarem uma baixa reatividade cruzada entre
MCRI 4,21 . Os testes cutâneos por picada (TCP) são
realizados com o MCRI puro e os TID são realizados
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ABORDAGEM DIAGNÓSTICA com o MCRI em diluições de 1/1000 até 1/10 . Quan-
to ao melhor momento para se realizarem os testes,
A informação mais crucial para o diagnóstico é uma pensa -se que será ente os 2 e os 6 meses após a
boa história clínica e a classificação da reação em imedia- reação. Um estudo mostrou uma frequência de tes-
ta ou tardia. É a partir destes dados que se decidem os tes positivos de 14/28 (50%) quando realizados 2 a
meios complementares de diagnóstico a usar para con- 6 meses após a reação e apenas 17/92 (18%) quando
firmar ou excluir o diagnóstico. realizados antes dos 2 meses ou após os 6 meses
Os exames disponíveis para as reações imediatas e (p=0,0003) . Em geral, os TCP raramente são po-
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tardias são descritos seguidamente e estão divididos con- sitivos e os TID têm maior probabilidade de serem
soante são usados no momento da reação adversa ou positivos quanto mais grave for a reação 10,23,25 -28 .
após a mesma. Estes testes só devem ser usados se tiver ocorrido
Relativamente às reações imediatas, no momento da uma reação prévia. Está demonstrado que o uso de
reação pode avaliar -se a triptase e histamina séricas. Es- TCP ou TID como forma de pré -avaliação em doen-
tas estão elevadas em alguns doentes com reações ime- tes sem história de reações adversas não é útil para
diatas graves ou fatais. O pico da elevação da histamina prever reações adversas ;
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ocorre entre os 5 a 10 minutos após o início dos sintomas – IgE específica sérica: não existem testes comer-
e retorna ao valor basal em <1 hora. O pico da elevação cialmente disponíveis, mas três grupos reportaram
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da triptase ocorre 1 a 2 horas após o início dos sintomas . já anticorpos IgE específicos contra ioxaglato. No
Alguns autores sugerem que o momento ideal para a entanto, as frequências de positividade variam entre
colheita da histamina varia consoante a gravidade da rea- 2 e 47% 4,25,29 ;
ção observada: entre 5 a 15 min após o início da reação – Teste de ativação dos basófilos: está descrito
grau I; entre 15 a 30 min após o início da reação grau II; que a libertação de histamina é significativamente
entre 30 min a 2 horas após o início da reação grau III ou superior em indivíduos com reações prévias a MCRI
IV. No caso da triptase sugerem: entre 15 a 60 min após comparativamente a doentes expostos a MCRI e
o início da reação se grau I ou II; entre 30 min a 2 horas sem reação, ou a voluntários saudáveis. Sabe -se
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após o início da reação se grau III ou IV . também que os leucócitos de indivíduos atópicos
Após a resolução da reação, podem realizar -se: libertam uma maior quantidade de histamina após
exposição a MCRI do que os leucócitos de indivíduos
– Testes cutâneos: são o meio complementar de não atópicos. No entanto, a validade do teste per-
diagnóstico mais importante, embora a verdadeira manece por demonstrar ;
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sensibilidade e especificidade ainda esteja por de- – Prova de provocação: é o gold standard no diag-
terminar. Vários estudos internacionais e nacionais nóstico em alergologia. No entanto, pelos riscos
referem diferentes sensibilidades e especificidades. que envolve não é uma metodologia aconselhada
É encorajador o facto de dois grupos apresentarem por rotina, em particular pela existência de MCRI
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testes cutâneos intradérmicos (TID) negativos em alternativos. Yocum et al. propuseram um pro-
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REVIST A POR TUGUESA DE IMUNO ALERGOLOGIA