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João Marcelino, Sara Carvalho, Fátima Cabral Duarte, Ana Célia Costa, Manuel Pereira Barbosa
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Quadro 4. Manifestações clínicas das reações imediatas e meiros 20 minutos . As reações imediatas são predo-
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tardias a meios de contraste radiológico iodados .
minantemente mucocutâneas, de gravidade ligeira e
Reações imediatas Reações tardias autolimitadas 4,21 .
As reações tardias são predominantemente ligeiras
Prurido e urticária Exantema cutâneo
(ocorrem em 70% doentes (ocorrem em 50% doentes e os sintomas mais frequentes são cutâneos, principal-
com reações imediatas) com reações tardias) mente exantemas (>50% das reações tardias), prurido,
Angioedema Prurido e urticária cefaleias, náuseas, tonturas, febre e alterações gastroin-
Eritema Angioedema testinais 4,7,10 .
O principal fator de risco para reação adversa a MCRI
Náuseas Eritema multiforme minor
é a história de uma reação prévia. Doentes com reações
Diarreia Eritema fixo
prévias têm um risco de 21 -60% (ou 10 -35% segundo
4
Dor abdominal Síndrome Stevens-Johnson
5
outros autores ) de desenvolverem reação numa expo-
Rinite Necrólise epidérmica tóxica sição posterior. Quando reatores prévios a HOCM são
Rouquidão Vasculite cutânea expostos a um LOCM há uma redução de dez vezes na
4,5
SDRIFE (Symmetrical drug incidência de reações graves . Um estudo multicêntrico
Tosse related intertriginous and com 220 doentes mostrou que 62% dos doentes com
flexural exanthema)
reações imediatas e 49% de doentes com reações tardias
DRESS (Drug Reaction with 10
Dispneia / broncospasmo / apresentavam história de reação prévia a MCRI .
edema laríngeo Eosinophilia and Systemic Outros fatores de risco descritos na literatura por
Symptoms)
diversos autores encontram -se descritos no Quadro 5.
Hipotensão / taquicardia / Sintomas gastrointestinais
arritmia Contudo, nenhuma destas condições é uma contra-
Choque cardiovascular Outras manifestações indicação absoluta para a administração de MCRI.
É importante referir que a alergia a marisco e a
Paragem cardiorrespiratória
produtos contendo iodo são muitas vezes falsamente
considerados fatores de risco para reações adversas.
Estes mitos tiveram origem nos anos 1970 em trabalhos
Quadro 5. Fatores de risco para reações adversas a MCRI
Fatores dependentes do doente Género feminino 7,5,8,33 ; crianças ; >60 anos 1
1
1
Uso >20mg de iodo no total ; taxa de administração do MCR mais rápida ; uso de via
1
Fatores dependentes do MCR
arterial em comparação com endovenosa 1
1
7,5
1,4
Desidratação ;doença células falciformes ; creatinina sérica >2mg/dL ;
7,5
7,5
7,5
4
feocromocitoma ; doença cardíaca ; tirotoxicose ; asma ; doença autoimune ;
4
Patologias concomitantes
disproteinamia ; urticária crónica 7,8,5 ; doença hepática ; infeção viral ; mastocitose ;
7,5
7
7,5
4
7
1
diabetes mellitus ; mieloma ; policitemia 1
1
33
1
Betabloqueantes 1,7,5,33 *; anti -inflamatório não esteroide ; biguanidas ; hidralazina #;
Fármacos concomitantes
interleucina -2 1,7,5 &
* – Inclui preparações oftálmicas. Há aumento de 3 vezes no risco de desenvolvimento de reações adversas comparativamente
com controlos. Estes doentes são também mais refractários à terapêutica convencional e casos de anafilaxia em doentes a
tomar beta -bloqueantes têm um risco de hospitalização nove vezes superior.
# – Aumenta o risco de desenvolvimento de quadros vasculite -like
& – Fortemente documentado, aumentando a frequência de reações adversas tardias duas a quatro vezes
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REVIST A POR TUGUESA DE IMUNO ALERGOLOGIA