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XXXVIII REUNIÃO ANUAL DA SPAIC / RESUMOS DAS COMUNICAÇÕES ORAIS E DOS POSTERS
coletado entre Dezembro e Julho, mais de metade (55%) de Abril taria ambas a representarem 3%), Cupressaceae e Rumex (5%),
a Junho; o mês de Abril foi o mês em que se registou uma maior Pinaceae (4%), Plantago (3%), Platanus, Castanea sativa, Asteraceae
quantidade de pólen no ar (24% do total anual coletado), devendo- e Betulaceae (1%). Em termos médios, 80% do pólen total foi co-
-se particularmente aos pólenes de Pinaceae (51%) e Quercus letado entre Abril e Junho; 44% coletou -se durante o mês de Maio,
(20%) seguidos pelos pólenes de Betula (7%) e Platanus (6%). Os devendo -se particularmente aos pólenes de Olea (34%), Quercus
outros meses com maiores quantidades de pólen atmosférico co- (30%) e Poaceae (19%). Os meses com menor quantidade de pólen
letado foram por ordem decrescente Maio (17%), Janeiro (15%) e registado foram Setembro a Dezembro (aproximadamente 1%
Junho (14%). Em Maio deveram -se aos tipos Quercus (34%), Poa- cada). Nos meses de Maio e Junho registaram -se níveis importan-
ceae (13%), Pinaceae (13%), Olea (13%), seguidos pelos tipos Rumex tes de pólenes considerados com elevada capacidade alergizante:
(6%) e Parietaria (5%); Junho aos pólenes de Poaceae (30%), Olea Poaceae e Olea europaea.
(22%), Parietaria (12%), Castanea sativa (10%) e Quercus (10%); e Conclusão: O Calendário polínico obtido mostra os principais
Janeiro particularmente ao pólen de Cupressaceae (90%). Os me- tipos de pólen que se detetam na atmosfera da região da Beira
ses com menor quantidade de pólen registado foram Outubro e Interior e como variam os seus níveis ao longo do ano. O calen-
Novembro (0,6 % e 0,4 %, respetivamente). Na atmosfera de Vila dário polínico elaborado para a região é considerado fidedigno e,
Real durante o inverno e primavera registaram -se níveis impor- por conseguinte, pode ser utilizado na prática clinica para um
tantes de pólenes considerados com elevada capacidade alergizan- melhor diagnóstico, tratamento, prevenção e, logo, controlo das
te: Betulaceae, Poaceae, Olea europaea, Parietaria, Cupressaceae doenças alérgicas causadas por pólenes.
e Platanus.
Conclusão: O Calendário polínico agora construído para a região
de Trás ‑os ‑Montes e Alto Douro considera ‑se fidedigno, dá a co- PO 45 – check -up alergias – Epidemiologia das doenças
nhecer o conteúdo em pólen da atmosfera desta zona do País, e alérgicas
1
1
1
1
será certamente útil na prática da imunoalergologia da região para R Brás , R Oliveira , M Branco Ferreira , E Pedro , M Barbosa 1
um melhor controlo da sintomatologia dos doentes com polinose. 1 Serviço de Imunoalergologia, Centro Hospitalar Lisboa Norte
– Hospital de Santa Maria, Lisboa, PORTUGAL
PO 44 – Calendário polínico da Região da Beira Interior Objetivos: No presente trabalho analisaram -se os resultados dos
(interior centro, Portugal) inquéritos realizados no Check -Up Alergias que decorreu na Gare
1,4
1,3
1,2
1,2
E Caeiro , R Ferro , C Nunes , C Lozoya -Ibáñez , M do Oriente de 4 a 6 de Novembro de 2016 no âmbito do Dia
Morais -Almeida 1,5 Nacional do Rastreio, no que respeita à presença de sintomatolo-
1 Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica gia e prevalência do diagnóstico de doença alérgica na amostra em
(SPAIC) – Grupo de Interesse de Aerobiologia, Lisboa, estudo, bem como à sua gravidade e relação com positividade dos
PORTUGAL testes cutâneos em picada realizados.
2 Instituto de Ciências Agrárias e Ambientais Mediterrânicas Metodologia: Analisaram -se 275 inquéritos de pessoas que
(ICAAM), Universidade de Évora, Évora, PORTUGAL voluntariamente participaram no rastreio, excluindo -se 26 por
3 Centro de Imunoalergologia do Algarve, Portimão, medicação que contraindicava a realização de testes cutâneos
PORTUGAL ou negatividade do controlo positivo. Foram testados os aeroa-
4 ULS de Castelo Branco, EPE, Castelo Branco, PORTUGAL lergénios: D. pteronyssinus, Alternária, Pólen de Gramíneas,
5 Centro de Alergia, Hospitais CUF -Descobertas e CUF Infante Parietária e Oliveira, e Epitélio de Gato. Consideraram -se po-
Santo, Lisboa, PORTUGAL sitivas as pápulas superiores a 3mm em relação ao controlo
negativo. O inquérito aplicado foi o mesmo utilizado em ras-
Objectivo: Elaborar o calendário polínico da região da Beira In- treios prévios da SPAIC. Consideraram -se sintomas sugestivos
terior. de rinite, rinoconjuntivite e asma, respetivamente: crises de
Metodologia: Utilizaram -se as concentrações médias diárias do espirros, corrimento nasal ou nariz entupido na ausência de
pólen atmosférico, de 2012 a 2016, da estação de monitorização constipação; olhos lacrimejantes e com comichão; pieira ou si-
da Rede Portuguesa de Aerobiologia (RPA -SPAIC) localizada em bilos no peito. A presença de rinite alérgica foi considerada nos
Castelo Branco (39.º 49’ 26’’ N;7.º 29’ 31’’ W), obtidas através do doentes com sintomas e testes cutâneos positivos a pelo menos
uso de um captador Burkard Seven Day Volumetric Spore -trap® um alergénio.
e metodologia associada. Resultados: A amostra foi composta por 177 mulheres e 72 ho-
Resultados: Durante o período de estudo verificaram ‑se varia- mens, tendo sido os grupos etários dos 20 -39 anos e dos 40 -59
ções inter e intra -anuais. O índice médio anual de pólen foi de anos os mais representados. 75% dos indivíduos tinha sintomas
51.983 ± 19.409 grãos de pólen, o índice mais elevado registou -se sugestivos de rinite, e destes 1/3 já teria sido previamente diag-
em 2015 (77.161 grãos de pólen) e o mais baixo em 2012 (25.026 nosticado. 73% dos doentes com rinite tinha também sintomas
grãos de pólen). Na atmosfera de Castelo Branco predominaram sugestivos de rinoconjuntivite, com maior impacto nas atividades
os seguintes tipos polínicos: Quercus (28%), Poaceae e Olea eu- da vida diária (AVD). A Primavera foi a estação do ano em que
ropaea (19%), Urticaceae (16%, com Urtica membranacea e Parie- surgiram mais frequentemente sintomas de rinite. A presença de
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REVIST A POR TUGUESA DE IMUNO ALERGOLOGIA

