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XXXVIII REUNIÃO ANUAL DA SPAIC / RESUMOS DAS COMUNICAÇÕES ORAIS E DOS POSTERS
no ano de 2016 foi de 47941/m3, e, as contagens mais elevadas por Conclusões: Na população da nossa consulta a sensibilização a
ordem decrescente referem -se às famílias das Cupressaceae, Pla- PR -10 é rara, destacando -se a sua frequência no Alto Alentejo, em
tanaceae, Pinaceae, Fagaceae e Oleaceae (ver tabela). provável relação com a flora autóctone, que deverá ser conside-
Conclusões: As concentrações polínicas não se correlacionam rada quando se efectua o diagnóstico alergológico de doentes
com o perfil de sensibilização da amostra. A oliveira, que apresen- desta região. Na nossa amostra, todos os doentes com positivida-
ta maior taxa de sensibilização, corresponde ao quinto pólen mais de para PR -10 apresentam alergia respiratória e as PR -10 não pa-
prevalente nas contagens. Embora os ciprestes e plátanos sejam recem ser relevantes na alergia alimentar. Serão necessários mais
duas árvores predominantes nas florestas de Coimbra, expressa- estudos para caracterizar quais os representantes desta família de
do pelas contagens de pólenes muito superiores às restantes, não proteínas com mais importância no panorama aerobiológico na-
apresentam relevância clínica em termos de sensibilização. cional e determinar a sua relevância clínica.
PO 40 – Sensibilização a PR -10 – Uma realidade PO 41 – Monitorização de esporos de fungos presentes
também nossa? na atmosfera de Lisboa, 2014 -2016
1,2
3
4
2
1
1,2
1
5
1
1
E Finelli , D Pina Trincão , M Araújo , V Matos , M Paiva , S R Ferro , C Nunes , E Caeiro , I Camacho , M Paiva , M
1
Prates , P Leiria Pinto 1,3 Morais -Almeida 6
1 Serviço de Imunoalergologia, Hospital de Dona Estefânia, 1 Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica
Centro Hospitalar de Lisboa Central, E.P.E., Lisboa, (SPAIC) – Grupo de Interesse de Aerobiologia, Lisboa,
PORTUGAL PORTUGAL
2 Serviço de Patologia Clínica, Hospital de São José, Centro 2 Instituto de Ciências Agrárias e Ambientais Mediterrânicas
Hospitalar de Lisboa Central, E.P.E., Lisboa, PORTUGAL (ICAAM), Universidade de Évora, Évora, PORTUGAL
3 CEDOC, Integrated Pathophysiological Mechanisms Research 3 Centro de Imunoalergologia do Algarve, Portimão,
Group, Nova Medical School, Lisboa, PORTUGAL PORTUGAL
4 Centro de Competência das Ciências da Vida, Universidade da
Introdução: A Bet v 1, alergénio major do pólen de bétula, per- Madeira, Funchal, PORTUGAL
tence ao grupo das proteínas PR -10. Na nossa consulta, temos 5 Serviço de Imunoalergologia do Hospital de Dona Estefânia,
identificado alguns doentes sensibilizados a Bet v 1, provenientes Centro Hospitalar Lisboa Central, Lisboa, PORTUGAL
de áreas sem distribuição geográfica desta árvore. 6 Centro de Alergia, Hospitais CUF -Descobertas e CUF Infante
Objectivo: Caracterizar uma população de doentes com IgEs Santo, Lisboa, PORTUGAL
positivas para PR -10 no ImmunoCapISAC®(ISAC).
Métodos: Análise retrospectiva dos doentes da nossa consulta Objectivos: Monitorizar os esporos de fungos presentes na at-
que realizaram estudo ISAC entre Janeiro de 2009 e Junho de mosfera de Lisboa e analisar a sua dinâmica sazonal.
2017, tendo sido seleccionados os casos com positividade para Metodologia: Neste estudo, utilizaram -se os dados da monito-
uma ou mais PR -10 e realizada revisão dos respectivos processos rização dos esporos de fungos presentes no ar atmosférico da
clínicos. Foi utilizada para comparação uma amostra sequencial região de Lisboa efetuada entre 1 de Janeiro de 2014 e 31 de
(n=80), selecionada a partir dos últimos doentes a realizar estu- Dezembro de 2016. A amostragem realizou -se através do uso de
do ISAC. um captador Burkard Seven Day Volumetric Spore -trap®; para
Resultados: Dos 234 ISAC realizados, apenas 16 revelaram po- identificação e quantificação de esporos de fungos recorreu ‑se
sitividade para proteínas da família das PR -10. A idade média des- a um sistema de leitura ao microscópio óptico baseado na análi-
tes doentes era 18,3 anos, 68% (n=11) do sexo masculino. Residir se de 1 linha longitudinal ao centro da lâmina com uma ampliação
no distrito de Portalegre foi significativamente mais comum no de 600x.
grupo de positivos do que na amostra sequencial (7/16 vs 1/80; Resultados: Durante o período em estudo, coletou -se uma mé-
p<0,001). As PR -10 de pólenes foram positivas em 15 doentes dia diária de 3.132 esporos de fungos/m3 de ar. A concentração
(93,7%), mais frequentemente Bet v 1 (n=13), seguindo -se Aln g 1 média diária anual mais elevada registou -se em 2014 (3.448 espo-
(n=10) e Cor a 1 (n=8). 14/16 doentes tinham positividade para ros de fungos/m3/dia) e a mais baixa no ano de 2015 (2.821 espo-
PR -10 de alimentos, na maioria Cor a 1.0401 (n=13) e Mal d 1 ros de fungos/m3/dia). Em 2016, registou -se uma concentração
(n=12). Relativamente aos testes cutâneos (TC), a sensibilização a média diária de 3.128 esporos de fungos/m3. Os tipos de esporos
bétula estava presente em 14 doentes; em apenas 4 foram realiza- de fungos com maior prevalência na atmosfera de Lisboa foram o
dos TC para árvores da família Fagaceae, que foram positivos para género Cladosporium (50,1%; com Cladosporium cladosporoides
carvalho (4), castanheiro (3) e sobreiro (1). Em todos havia sensi- 48,2% e Cladosporium herbarum 1,9%), Coprinus (4,5%), Leptos-
bilização para outros pólenes, sendo os mais frequente os de gra- phaeria (2,5%), Agaricus (2,0%), Ustilago (1,5%) e Alternaria (1,2%).
míneas. Todos os doentes tinham clínica de alergia respiratória. A No triénio estudado as concentrações mais elevadas de esporos
alergia alimentar verificou ‑se em 9 doentes, mas em 7 destes havia de fungos registaram -se nos meses de Verão e Outono, sendo
sensibilização a outros alergénios de reactividade cruzada (LTPs/ particularmente elevadas no Outono. Outubro foi o mês que apre-
profilinas) ou específicos de espécie. sentou o maior índice mensal médio com um total de 227.760
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REVIST A POR TUGUESA DE IMUNO ALERGOLOGIA

