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Revista Portuguesa de Estomatologia,
Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial
rev port estomatol med dent cir maxilofac. 2023;64(S1):73-90
IV Congresso da Sociedade Portuguesa de Endodontologia (SPE)
Guimarães, 27 e 28 de Setembro de 2024
CASOS CLÍNICOS #SPE-C02 As diferentes opções de tratamento
da Endodontia atual
Adolfo Pipa Muñiz*, Oliver Valencia de Pablo,
#SPE-C01 A cirurgia apical é necessária para Ruth Pérez Alfayate, Roberto Estévez Luaña.
o diagnóstico definitivo de cisto radicular?
Universidad Europeia de Madrid
Rosa Maria Sánchez Egea*, Ruth Pérez Alfayate,
Antonio Conde Villar, Roberto Estévez, Gaizka Loroño
Introdução: Nos últimos anos, a endodontia tem experi-
Universidad Europeia de Madrid mentado avanços significativos que transformaram a práti-
ca clínica e melhoraram os resultados para os pacientes.
Introdução: A microcirurgia endodôntica combina a am- Alguns dos avanços mais notáveis são a magnificação, o
pliação e a iluminação proporcionadas pelo microscópio com desenvolvimento de materiais biocerâmicos, assim como o
o uso adequado de novos microinstrumentos. As vantagens da uso da tomografia computadorizada de feixe cônico. Todos
microcirurgia incluem a identificação mais fácil dos ápices esses avanços não só permitem que os endodontistas sejam
radiculares, osteotomias menores e ângulos de ressecção mais mais conservadores, mas também mais criativos em suas
rasos que preservam o osso cortical e o comprimento radicu- abordagens, oferecendo uma ampla gama de opções tera-
lar. Descrição do caso clínico: O paciente procurou a clínica pêuticas desde a realização de uma terapia pulpar vital até
com desconforto no sector antero-inferior. Após múltiplos tra- um autotransplante. Descrição do caso clínico: Paciente che-
tamentos de canal, a periodontite apical sintomática persistiu, ga à clínica com desconforto no 3º quadrante. Apresenta
juntamente com um aumento de uma lesão radiolúcida defi- uma cárie de grande extensão no dente 37 e dente 36. No
nida. Foi efetuada uma microcirurgia apical, com um desenho dente 37, após realizar a exploração clínica, decidimos rea-
que seguiu os passos descritos por Kim e Kracktman: ressec- lizar uma terapia pulpar vital segundo o protocolo estabe-
ção apical, retropreparação, retrobturação e regeneração. Aos lecido. No caso do dente 36, tratando-se de um dente pre-
6 meses, o paciente encontrava-se assintomático e a lesão viamente tratado com uma cárie não restaurável, avaliamos
havia diminuído consideravelmente de tamanho. Discussão e a opção de realizar um autotransplante dental. Ao escolher
conclusões: A microcirurgia apical foi realizada para descartar o dente doador, decidimos descartar os dentes 38-48 devido
a possibilidade de fissura e para analisar a lesão apical, pois à sua proximidade com estruturas sensíveis e optamos pelo
havia suspeita de cisto radicular. Após análise histopatológica dente 18. Realizamos o autotransplante segundo o procedi-
da lesão radicular, concluiu-se que se tratava de um cisto ra- mento estabelecido pela Sociedade Europeia de Endodontia.
dicular. Após 2 semanas da ferulização, começamos a realizar o tra-
http://doi.org/10.24873/j.rpemd.2024.12.1371 tamento de canais onde enfrentamos uma raiz mesiovesti-
bular com grande curvatura. Discussão e conclusões: A te-
rapia pulpar vital é uma opção de tratamento conservador
projetada para preservar a vitalidade da polpa dental em
dentes que sofreram cáries profundas, lesões traumáticas
ou exposição pulpar acidental. A correta seleção do caso, a
técnica do procedimento, assim como o uso de materiais
biocerâmicos de última geração, têm apresentado taxas de
sucesso superiores a 80%, demonstrando que a terapia pul-
par vital pode ser uma alternativa viável à endodontia, pre-
servando a vitalidade pulpar e evitando a desmineralização
radicular. Por sua vez, o autotransplante permite a preser-

