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Cristina Lopes, Catarina Tavares, Inês Rolla, Ernestina Gomes
Se asma instável sintomatologia idêntica a uma verdadeira reação
No caso de o utente referir diagnóstico médico de adversa a meio de contraste.
asma com sintomas não controlados como pieira ou
broncospasmo, dispneia e baixa tolerância ao esforço:
– Considerar realizar o estudo de imagiologia sem TRATAMENTO DAS REAÇÕES ADVERSAS
meio de contraste; AGUDAS NÃO RENAIS A MEIOS DE
– Se necessário realizar estudo de imagiologia com CONTRASTE
meio de contraste, este deve ser adiado e progra- Qualquer utente pode desenvolver, em qualquer
mada pré -medicação – corticoide; neste caso par- estudo de imagiologia com meio de contraste uma rea-
ticular é importante a realização do corticóide ção adversa aguda, que deve ser prontamente identifi-
como anti -edematoso (Quadros 2 e 3). cada e tratada. O doente deve ser orientado por forma
a obter-se um diagnóstico clínico ou clínico -laboratorial
Se História de reação alérgica a outros alergénios com implicações em situações futuras de exames de
Seguir as indicações gerais especificadas; esta situa- imagiologia.
ção, por si, não requer a realização de pré -medicação. A abordagem das reações adversas agudas não renais
a meios de contraste está sumarizada na Figura 2.
Há um conjunto de medidas universais que devem ser
CONSIDERAÇÕES SOBRE REAÇÕES tomadas em todas as reações adversas e que incluem a
QUIMIOTÓXICAS suspensão da administração do contraste, a colocação
de oxigénio e a monitorização:
Com o objetivo de minimizar as reações quimiotóxi-
cas a meio de contraste em imagiologia, devemos: – Eliminar o factor desencadeante é fundamental,
– Administrar contraste em estudo de imagiologia correspondendo neste caso à interrupção da ad-
apenas se houver benefício diagnóstico; ministração do produto de contraste;
– Cumprir os cuidados de acondicionamento e ma- – Todos os doentes devem ser colocados numa posi-
nuseamento referidos pelo fabricante; ção confortável. Podem preferir estar sentados, já
– No caso dos meios de contraste com iodo, utilizar que lhes vai facilitar a respiração. O decúbito dorsal,
meios de contraste iso -osmolares ou de baixa os- com elevação dos membros inferiores, é útil nos
molaridade; doentes hipotensos e quando pensamos estar a
– Administrar a mínima dose / volume necessário e o ocorrer uma reação vagal. Enquanto tiver sensação
menor fluxo de administração possível, de acordo de desmaio, o doente não se deve sentar nem le-
com a indicação clínica para o exame; vantar. O doente deve ser colocado em local onde
– No caso de estudo com meio de contraste com possa ser despido facilmente, de modo a observar-
iodo, na ponderação de volume e fluxo de adminis- -se a progressão das lesões cutâneas;
tração deve também atender -se ao perfil do pacien- – A monitorização deve incluir sempre pelo menos a
te, nomeadamente à presença de patologia cardíaca frequência respiratória, oximetria de pulso, pressão
e risco de sobrecarga hídrica; arterial não invasiva e frequência cardíaca;
– Perceber que a ansiedade prévia e associada à rea- – Deve ser colocado oxigénio por máscara facial
lização de estudo de imagiologia com meio de con- (máscara de alta concentração) até à reavaliação da
traste pode, por si só, condicionar a ocorrência de situação clínica.
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REVIST A POR TUGUESA DE IMUNO ALERGOLOGIA