Page 46 - RPIA_27-1
P. 46
Cristina Lopes, Catarina Tavares, Inês Rolla, Ernestina Gomes
Quadro 1. Classificação das reações adversas de acordo com a gravidade
Reações de hipersensibilidade Reações quimiotóxicas
Ligeiras
Urticária / prurido limitados Vómitos e náuseas limitados
Edema cutâneo limitado Flushing /sensação de calor
Garganta “arranhada” Tremores transitórios
Congestão nasal Cefaleia / tontura
Espirros / conjuntivite / rinorreia Ansiedade
Alteração do paladar
Moderadas
Urticária / prurido generalizados Vómitos e náuseas intensos
Eritema difuso com sinais vitais estáveis Urgência hipertensiva
Edema facial sem dispneia Dor torácica isolada
Pieira / broncospasmo ligeiro Reação vasovagal (que requer tratamento e responde ao
tratamento)
Graves
Edema facial ou generalizado com dispneia Reação vasovagal resistente
Eritema difuso com hipotensão Arritmias
Edema laríngeo com estridor e /ou hipóxia Convulsões
Pieira/broncospasmo com hipóxia Emergência hipertensiva
Edema pulmonar não cardiogénico Edema pulmonar cardiogénico
Choque anafilático
assumida uma etiologia alérgica para tratamento e refe- Relativamente ao meio de contraste
renciação futura do utente, sobretudo se coexistirem As reações são mais frequentes com os meios de
sinais e sintomas de envolvimento de pele e mucosas. contraste de elevada osmolaridade, no entanto, a preva-
A prevalência de reações adversas agudas com lência de reações graves parece ser independente do grau
meio de contraste iodado de baixa osmolaridade, a é de osmolaridade.
muito baixa (0,2% a 0,7%) e as reações graves são
ainda mais raras (0,04%). Com meio de contraste com Relativamente ao doente
gadolínio a prevalência de reações adversas agudas é Os principais fatores de risco para reação de hiper-
muito mais baixa do que com contrastes iodados (va- sensibilidade a meio de contraste são:
riando entre 0,24% e 0,07%), sendo que as reações – História prévia de reação de hipersensibilidade em
graves alérgicas são muitíssimo raras (com prevalên- estudo de imagiologia com administração do meio
1,2
cias de 0,01 a 0,001%) . de contraste;
– Asma instável.
ABORDAGEM DOS DOENTES Alguns autores consideram que a história prévia de asma
COM FATORES DE RISCO brônquica, alergia a fármacos, alergia alimentar e sexo femi-
nino podem constituir um fator de risco relativo, no entan-
Podem ser considerados dois tipos de fatores de ris- to estes antecedentes não são impeditivos da sua realização
co para reações de hipersensibilidade 3,4 nem determinam a necessidade de pré -medicação.
44
REVIST A POR TUGUESA DE IMUNO ALERGOLOGIA