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PROTOCOLO CLÍNICO DE ABORDAGEM DAS REAÇÕES AGUDAS DE HIPERSENSIBILIDADE
A MEIOS DE CONTRASTE EM IMAGIOLOGIA / PÁGINA EDUCACIONAL
ALTA E REFERENCIAÇÃO manifestações clínicas, terapêutica realizada e tempo até
à resolução dos sintomas.
Os doentes com reação de hipersensibilidade mode- Deve ainda ser feito o registo da reação adversa no
rada ou grave devem ser tratados e observados durante site da INFARMED (em plataforma própria), sendo que
pelo menos 8 horas num serviço com capacidade para sempre que necessário deverá socorrer -se de informação
tratar estas situações . Desconhece -se a incidência exa- do enfermeiro ou técnico.
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ta de reações bifásicas que poderiam justificar uma vigi- A inserção da informação de reação de hipersensibi-
lância mais prolongada. Não há uma forma fidedigna de lidade a produto de contraste no processo clínico/eletró-
prever quem vai sofrer uma reação bifásica. Assim, é nico do doente sob a forma de alerta é fundamental para
importante que as decisões sobre a alta sejam tomadas prevenir futuras administrações e reações.
para cada doente individualmente por um médico expe-
riente. Não há indicação para a manutenção de tratamen- Agradecimentos
to em ambulatório se todos os sintomas resolveram. Aos Coordenadores do Grupo de Interesse de
Antes da alta todos os doentes devem: Alergia a Fármacos da Sociedade Portuguesa de Imuno-
– Ser informados sobre a natureza da reação e sobre alergologia.
a necessidade de continuar a investigação clínica. Às colegas Dr.ª Ana Luísa Geraldes e Dr.ª Joana Caiado,
O doente será informado ainda de que deve evitar pela revisão do documento.
o meio de contraste até ir à consulta de Imunoa-
lergologia; Conflitos de interesse
– Receber instruções claras para regressarem ao hos- Nenhuns.
pital se os sintomas ressurgirem;
– Ser referenciados a um especialista em Imunoaler- Contacto:
Cristina Lopes
gologia.
E-mail: cristina.lopes.abreu@gmail.com
Assim, devem ser referenciados para a consulta de
Imunoalergologia os seguintes doentes: REFERÊNCIAS
– Com risco acrescido para reação de hipersensibili-
dade a contraste (suspeita de reação prévia mode- 1. Rosado Ingelmo A, Dona Diaz I, Cabanas Moreno R, Moya Que-
rada ou grave ao produto de contraste). Referen- sada MC, Garcia -Aviles C, Garcia Nunez I, et al. Clinical practice
guidelines for diagnosis and management of hypersensitivity reac-
ciação pelo médico Imagiologista ou pelo médico
tions to contrast media. J Investig Allergol Clin Immunol. 2016;
que requisita o exame com contraste; 26:144 -55;
– Que tiveram uma reação de hipersensibilidade mo- 2. Media ACoRCoDaC. Manual on contrast media version 10.3 2017.
derada ou grave ao produto de contraste. In: Radiology ACo, ed: American College of Radiology 2017: http://
www.acr.org
3. Salas M, Gomez F, Fernandez TD, Dona I, Aranda A, Ariza A, et al.
Diagnosis of immediate hypersensitivity reactions to radiocontrast
REGISTOS E ALERTAS media. Allergy. 2013;68:1203 -6.
4. Laroche D, Aimone -Gastin I, Dubois F, Huet H, Gerard P, Vergnaud
MC, et al. Mechanisms of severe, immediate reactions to iodinated
Sempre que ocorrer uma reação adversa aguda não
contrast material. Radiology 1998;209:183 -90.
nefrotóxica a produto de contraste deve ser feito um 5. Direção Geral da Saúde. Anafilaxia: Abordagem clínica. 2014,
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registo clínico . Este registo deve conter a descrição das Norma da Direção-Geral de Saúde N.º 014/2012 de 16/12/2012
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REVIST A POR TUGUESA DE IMUNO ALERGOLOGIA