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ASMA GRAVE E MACRÓLIDOS / ARTIGO DE REVISÃO
tica dos degraus 1 e 2 do GINA 2017, asma moderada a mosa, Sarp e Tenor, mais de 50 % dos doentes são alér-
que é controlada com o degrau 3 e asma grave a que gicos 7,8,9 . A asma pode ainda ser definida como grave
necessita de terapêutica dos degraus 4 ou 5 para manter antes da instituição da terapêutica se o doente tiver sin-
o controlo sintomático. Por definição, uma agudização, tomas diários, exacerbações frequentes e sintomas no-
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em qualquer semana, identifica asma não controlada . turnos também frequentes, limitação da atividade física
e ainda um FEV ou PEF ≤ a 60 % do previsto e uma va-
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riabilidade de FEV ou PEF maior que 30 % .
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ASMA GRAVE Segundo a ATS/ERS é considerada grave a asma que
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tem necessidade de doses altas de corticosteroides ina-
A gravidade de asma não é estática e pode ser alte- lados associados a pelo menos um fármaco adicional de
rada durante meses ou anos. As abordagens do GINA e controlo no ano precedente e ter ainda uma asma não
ERS/ATS para avaliação da gravidade da asma são basea- controlada de acordo com uma das seguintes avaliações:
das na resposta à medicação. O controlo da asma sob
medicação é indicador do nível de gravidade global, ou 1) Mau controlo sintomático: asthma control question-
seja, da resposta ao tratamento e da natureza intrínseca naire (ACQ) persistentemente >1,5; asthma control
da doença. A avaliação de gravidade de asma deve ser test (ACT) < 20;
efetuada após realização de medicação de controlo du- 2) Exacerbações frequentes e graves: ≥2 cursos de
rante alguns meses. Para isso é aceite que a adesão do corticosteroides sistémicos (CS) (>3 dias cada um)
doente é maximizada e que os fatores de risco modificá- no ano anterior;
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veis e as comorbilidades foram tratadas . As principais 3) Exacerbações graves: pelo menos um internamen-
comorbilidades capazes de afetar o controlo da asma são to, com permanência em cuidados intensivos ou
rinite, rinossinusite crónica, doença de refluxo gastro ventilação mecânica no ano anterior;
esofágico, obesidade, depressão e síndrome obstrutiva 4) Limitação de fluxo aéreo: FEV após broncodilata-
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da apneia do sono. É também necessário verificar a téc- ção <80 % do previsto, com FEV /FVC abaixo do
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nica inalatória e confirmar a adesão à terapêutica. limite inferior da normalidade.
De acordo com as Guidelines do GINA, considera -se
asma grave se requerer terapêutica de degrau 4 ou 5 para Em alternativa considera -se grave a asma que está
estar “controlada” ou se permanece “não controlada” controlada, mas agrava com a redução de doses altas de
apesar deste tratamento . A terapêutica de degrau 4 in- corticosteroides inalados (CI) ou de corticosteroides
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clui doses médias ou altas de corticoides inalados asso- sistémicos .
ciados a beta2 agonistas de longa ação inalados ou, em
alternativa, associados a antileucotrienos ou teofilina, a
que pode ter de ser adicionado um anticolinérgico de FENÓTIPOS DE ASMA GRAVE
longa ação. No degrau 5 está ainda prevista a adição de
corticosteroides orais em doses baixas, omalizumab ou Estão descritos diversos fenótipos em função da ida-
mepolizumab. As duas terapêuticas biológicas preconiza- de de início, dos agentes etiológicos e desencadeantes,
das são direcionadas a asmas de perfil Th2, alérgicas ou número e tipo de exacerbações, evolução clínica, respos-
pelo menos eosinofílicas, embora eventualmente sem ta à terapêutica e características inflamatórias. Entre os
sensibilização alergénica reconhecida. De acordo com fenótipos clínicos descritos destacam -se os que habitual-
estudos internacionais dirigidos para a asma grave, Enfu- mente estão associados a formas mais graves da doença.
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REVIST A POR TUGUESA DE IMUNO ALERGOLOGIA