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EDITORIAL
Re v P or t Im unoalerg ologia 2018; 26 (2): 85-86
Ângela Gaspar, Luís Miguel Borrego
maioria das doenças imunoalérgicas tem um prog- mastocitose, em que há uma maior propensão para epi-
nóstico vital favorável, mas algumas têm manifes- sódios de anafilaxia. Neste âmbito foi criado um questio-
A tações graves e potencialmente fatais, sendo a sua nário sobre mastocitose, divulgado este mês aos sócios
letalidade dependente essencialmente da não existência de da SPAIC solicitando que seja preenchido pelos sócios
um diagnóstico prévio, do não reconhecimento destes qua- médicos que acompanhem doentes com mastocitose
dros agudos, menos frequentes, pelos profissionais de saú- cutânea e/ou sistémica, de forma a esclarecer sobre epi-
de, e da persistência de mitos ou conceitos errados quanto demiologia, métodos de diagnóstico e tratamentos utili-
ao tratamento adequado destas situações. Neste sentido, zados nestes doentes em Portugal. No âmbito do angioe-
foi criado em Outubro de 2014 o grupo de interesse de dema hereditário será reformulado o manual educacional
“Anafilaxia e Doenças Imunoalérgicas Fatais” (GANDALF) sobre esta patologia e está programada a tradução para
da Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clí- língua portuguesa de um questionário de qualidade de
nica (SPAIC), com o objetivo de aumentar a visibilidade e o vida para doentes com angioedema hereditário.
conhecimento destas patologias por parte dos profissionais No presente número da Revista Portuguesa de Imu-
de saúde. O coordenador que fundou este grupo de inte- noalergologia (RPIA), assim como no próximo número,
resse, sob proposta da Direcção da SPAIC, foi o Professor na Página Educacional são colocados ao dispor de todos
Manuel Branco Ferreira e no triénio da atual direção da os leitores da RPIA e dos sócios da SPAIC alguns destes
SPAIC este grupo de interesse foi renovado com a bem- materiais educativos sobre anafilaxia, com o objetivo de
-vinda aquisição da Dra. Natacha Santos como secretária e melhorar o conhecimento e a abordagem da anafilaxia em
da Dra. Leonor Leão como representante de ligação dos Portugal.
Jovens Imunoalergologistas da SPAIC. Na presente Página Educacional o GANDALF apresenta
Este grupo de interesse tem vindo a elaborar vários o “Poster de anafilaxia: Diagnóstico e tratamento” e os
materiais educacionais destinados aos profissionais de planos de emergência para anafilaxia. O primeiro inclui
saúde e à comunidade em geral, colocando estes conteú- critérios clínicos de diagnóstico de anafilaxia e um algoritmo
dos disponíveis online na página da SPAIC e na página de de tratamento e destina-se a ser utilizado por profissionais
Facebook criada pelo grupo de interesse. Sendo a anafi- de saúde. Este documento, com forte componente
laxia a forma mais grave de manifestação da doença alér- iconográfico, vem na sequência do poster elaborado pela
gica, o grupo de interesse criou vários materiais educa- World Allergy Organization (WAO), tendo sido aprimorado
cionais sobre anafilaxia, tendo sido inovador o “Tríptico e disponibilizado gratuitamente e em língua portuguesa. O
de anafilaxia: Diagnóstico e tratamento”, divulgado aos “Plano de emergência” contém orientações para a
sócios da SPAIC em 2016. O âmbito do grupo de interes- abordagem da anafilaxia na comunidade e instruções para
se engloba outras doenças imunoalérgicas graves e po- a utilização dos autoinjectores de adrenalina, dirigindo-se
tencialmente fatais, com destaque para o angioedema maioritariamente à comunidade não médica, incluindo
hereditário. Existem ainda doenças específicas, como a doentes, pais e prestadores de cuidados.
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REVIST A POR TUGUESA DE IMUNO ALERGOLOGIA