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Durante este período o doente apresentou vários internamentos por descompensação de
insuficiência cardíaca, tendo sido otimizada terapêutica cardiológica e foi submetido a
colocação de cardioversor-desfibrilhador implantável (CDI), verificando-se melhoria das
queixas de intolerância aos esforços mas mantendo, no entanto, tosse seca. Foi proposta
realização de broncofibroscopia, que o doente recusou, abandonando a consulta.
Foi novamente enviado à consulta pela Cardiologia, cerca de um ano depois, por
agravamento do quadro de tosse seca e dispneia de esforço (apesar de otimização
terapêutica e estabilidade da doença cardíaca), bem como agravamento radiológico - TC
Torácica (07/2016) com “alterações bilaterais do parênquima pulmonar, observando-se
alguns focos parenquimatosos de tipo alveolar e adenopatias mediastínicas e hilares”.
Foi novamente proposto para realização de broncofibroscopia, tendo aceite. Durante a
realização do exame desenvolveu quadro súbito de dispneia, polipneia, tiragem, cianose
labial e dessaturação periférica, com perfil tensional hipertensivo, pelo que ficou
internado para estabilização clínica e esclarecimento da doença pulmonar subjacente.
Apresenta antecedentes relevantes de insuficiência cardíaca com disfunção sistólica
(cardiopatia isquémica e hipertensiva); diabetes mellitus tipo 2 não insulinotratada;
dislipidémia mista;hipertensão arterial; ex-fumador com carga tabágica 65UMAs.
Contexto epidemiológico irrelevante, sem exposição conhecida a pneumopoluentes.
Ao exame objectivo, a destacar: doente com cianose labial, diaforético, polipneico em
repouso, com tiragem supraclavicular e intercostal. FR 32cpm; spO2 79% sob O2 a
15L/min por máscara facial com reservatório; TA 196/121 mmHg; FC 98 bpm.
Ingurgitamento venoso jugular. Auscultação pulmonar com murmúrio vesicular mantido
bilateralmente e simétrico, fervores crepitantes em ambas as bases, com sibilos dispersos.
Sem edema dependente ou outras alterações significativas,

