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TESTES INTRADÉRMICOS E IMUNODOTS PODEM SER ÚTEIS NO DIAGNÓSTICO
                                                        DE ALERGIA CANINA À CARNE / ARTIGO ORIGINAL





                                                            go ou frango, foi recomendada a exclusão alimentar res-
                                                            petiva, com melhora clínica significativa, especialmente
                                                            quando a carne bovina ou o frango estavam implicados.



                                                            DISCUSSÃO


                                                               Com base em parâmetros relacionados com alergia,
                                                            como a reatividade cutânea e a sensibilização subjacen-
                                                            te, pode considerar -se que a combinação de diferentes
                                                            métodos de diagnóstico representará um valor acres-
                                                            centado. Assim, poder -se -á igualmente considerar a

          Figura 1. Representação dos 5 graus dos TID (15 minutos após   possibilidade de combinação do estudo da IgE específi-
          inoculação)                                       ca para alimentos por métodos in vivo (TID) e in vitro
                                                            (imunodot blot) como uma ferramenta útil para um diag-
                                                            nóstico preditivo mais rápido de alergia alimentar. Esta
                                                            via diagnóstica apresentará, ainda, a vantagem de per-
                                                            mitir evitar o recurso a alimentos comerciais de proteí-
                                                            nas extensamente hidrolisadas, cujo elevado custo e
                                                            baixa palatabilidade estão frequentemente associados a
                                                            má aderência ao processo. A deteção de IgE específicas
                                                            para as diferentes carnes, recorrendo a antigénios pre-
                                                            parados a partir das respetivas fontes em natureza, por
                                                            oposição à deteção sobre substrato antigénico prepa-
                                                            rado a partir de alimentos compostos comerciais, tal
                                                            como sucede com alguns métodos comerciais, apresen-
                                                            ta a vantagem de avaliar a resposta à carne de cada
                                                            espécie animal individualmente, independentemente de

          Figura 2. Imunodots IgE específicos relativamente às car-  qualquer interferência relacionada com aditivos alimen-
          nes de vaca, porco, borrego e frango              tares. Para este objetivo o recurso a métodos como o
                                                            ELISA apresentará a desvantagem de ser mais elabora-
                                                            do e requerer mais equipamento. Também o Western
          imunodots para carne de vaca (r = 0,702; p = 0,015) e   Blot após separação eletroforética de proteínas, permi-
          frango (r = 0,878; p = 0,0003) e entre os imunodots para   tindo a identificação de alergénios moleculares, perde
          vaca e borrego (r = 0,800; p = 0,006). Foram observadas   vantagem, na medida em que, possibilitando a identifi-
          diferentes tendências de associação em dupleto dos ín-  cação de alergénios moleculares, estará direcionado à
          dices TID/immunodots para carne de bovino (3,2/3,73),   investigação diagnóstica por componentes, à qual se
          suíno (3/3,27), borrego (1,8/2,91) e frango (1,8/1,3). Dado   associará uma imunoterapia igualmente resolvida por
          o objetivo diagnóstico subjacente em cães que apresen-  componentes, mais específica, mas que não se perspe-
          taram TID positivos para a carne de vaca, porco, borre-  tiva nas situações de alergia alimentar 5,19 .


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                                             REVIST A POR TUGUESA DE IMUNO ALERGOLOGIA
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