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Frequência de reacções graves subsequentes a testes de
provocação às penicilinas: Uma meta-análise bayesiana
Frequency of severe reactions following penicillin drug provocation
tests: A Bayesian meta-analysis
1,2
2
1
Bernardo Sousa-Pinto 1,2,3 , Isabel Tarrio , António Cardoso-Fernandes , David Afonso-João , Luís Filipe Azevedo 1,2
1 MEDCIDS – Departamento de Medicina da Comunidade, Informação e Decisão em Saúde, Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, Porto, Portugal
2 CINTESIS – Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde, Porto, Portugal
3 Unidade de Imunologia Básica e Clínica, Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, Porto, Portugal
Clin Transl Allergy. 2021 Jun;11(4):e12008. PMID: 34161664; PMCID: PMC8215894
DOI: 10.1002/clt2.12008
RESUMO
Fundamentos: Os doentes que reportam alergia às penicilinas tendem a evidenciar piores resultados clínicos e maior
utilização dos cuidados de saúde, devendo ser alvo de avaliação diagnóstica. Contudo, preocupações com a segurança
limitam a execução generalizada dos testes de provocação. Objectivos: Avaliar a frequência de reacções graves
subsequentes aos testes de provocação às penicilinas/β-lactâmicos em doentes com testes cutâneos e/ou in vitro
negativos. Métodos: Procedemos a uma revisão sistemática da literatura, pesquisando na MEDLINE, Scopus e Web of
Science. Foram incluídos estudos primários que avaliassem participantes reportando alergia às penicilinas e que, após
testes cutâneos e/ou in vitro negativos, tivessem sido sujeitos a testes de provocação. Procedemos a meta-análise
bayesiana para estimar a frequência ponderada de reacções graves aos testes de provocação às penicilinas. A
heterogeneidade foi explorada através de análises restritas a subgrupos de estudos primários (e.g., de acordo com o
tempo de ocorrência das reacções iniciais). Resultados: Foram incluídos 70 estudos primários, avaliando 18592
participantes. Foi obtida uma frequência ponderada de reacções graves de 0,20% (Intervalo de Credibilidade 95% –
2
ICr95%=0,06-0,33%), embora associada a heterogeneidade substancial (I =62,3%). Não foram descritas reacções
fatais. Observaram-se frequências inferiores de reacções graves em estudos realizados em crianças (0,09%; ICr95%=0-
2
0,23%; I2=16,79%) comparativamente aos adultos (0,21%; ICr95%=0-0,63%; I =21,55%). A frequência de reacções
2
graves foi também menor em estudos avaliando reacções não-imediatas (0%; ICr95%=0-0,43%; I =20,72%) versus
2
reacções imediatas (1,46%; ICr95%=0-3,36%; I =97,78%). A execução de testes de provocação com o fármaco suspeito
não se associou a maior frequência de reacções graves. Conclusões: Em doentes que reportam alergia às penicilinas
e com testes cutâneos e/ou in vitro negativos, as reacções graves aos testes de provocação são raras, não tendo sido
observadas reacções resultando em mortalidade ou morbilidade relevante. A segurança destes testes apoia a execução
de testes de provocação para avaliação diagnóstica de alergia às penicilinas.
Palavras-chave: hipersensibilidade a fármacos, meta-análise, penicilinas, reacções adversas.
ABSTRACT
Background: Patients with a penicillin allergy label tend to have worse clinical outcomes and increased healthcare use.
While these patients should be subject to a diagnostic workup, safety concerns may hamper the generalized performance
of drug provocation tests (DPT). Objectives: Assessing the frequency of severe reactions subsequent to penicillin/β-
lactam DPT in patients with negative skin and/or in in vitro. Methods: We performed a systematic review of the literature,
searching MEDLINE, Scoups and Web of Science. We included primary studies assessing participants with a penicillin
allergy label and with negative skin and/or in vitro tests who underwent a DPT. We performed a Bayesian meta-analysis
to estimate the pooled frequency of severe reactions to penicillin DPT. Sources of heterogeneity were explored by means
of subgroup analyses (e.g., according to the timing of the initial reaction). Results: We included 70 primary studies
assessing a total of 18592 participants. The pooled frequency of severe reactions was estimated at 0.20% (95% Credibility
2
Interval – 95%CrI=0.06-0.33%), although associated to substantial heterogeneity (I =62.3%). No fatal reactions have been
described. We observed lower frequencies of severe reactions for primary studies performed in children (0.09%; ICr95%=0-
2
2
0.23%; I =16.79%) than in adults (0.21%; ICr95%=0-0.63%; I =21.55%). A lower frequency of severe reactions was also
observed for studies assessing non-immediate index reactions (0%; ICr95%=0-0.43%; I =20.72%) than for those assessing
2
2
immediate reactions (1.46%; ICr95%=0-3.36%; I =97.78%). Performance of DPT with the suspected culprit drug did not
associate with higher frequency of severe reactions. Conclusions: In patients with a penicillin allergy label and with
negative skin and/or in vitro tests, severe reactions following DPT are rare, with no described reactions resulting in death
or relevant morbidity. The safety of DPT supports their performance for the diagnostic assessment of penicillin allergy.
Keywords: Adverse reactions, drug hypersensitivity, meta‑analysis, pencillins.
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