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62 rev port estomatol med dent cir maxilofac. 2021;63(S1):53-62
das com a divergência facial. Numa revisão sistemática (Cozza maxila em jovens adultos. Implicações clínicas: MARPE é uma
et al 2006), em que foi feita a avaliação do coeficiente de eficiên- técnica que pode ser utilizada como alternativa na correção da
cia, de vários aparelhos funcionais, verificaram um avanço man- deficiência transversal da maxila, em pacientes jovens adultos,
dibular de 0,23 mm por mês com o Twin-Block, e de 0,28 mm por com menores custos bem como menores riscos do que os tra-
mês com o Herbst. Conclusões/ Implicações clínicas: Ambos os tamentos alternativos convencionais.
aparelhos foram eficazes na correção da Classe II. No entanto: 1) http://doi.org/10.24873/j.rpemd.2022.12.1031
A protusão dos incisivos inferiores foi mais alta com o Herbst, e
a melhoria da discrepância esquelética foi maior com o Twin-
Block. 2) O Twin Block parece ser mais efetivo para as Classes II #SPODF2021‑24 Revisão narrativa: Contenção
esqueléticas por retrusão mandibular. 3) O Herbst parece ser em Ortodontia ‑ Protocolos e Inovações
mais efetivo para as Classes II com protrusão maxilar dento-al-
veolar, e retrusão mandibular dento-alveolar. Solange Santos, Maria Bueno, Sofia Flor Garcia,
Ana Filipa Nave, Ana Delgado.
http://doi.org/10.24873/j.rpemd.2022.12.1030
Consulta Assistencial de Ortodontia, Instituto Universitário
Egas Moniz
#SPODF2021‑23 Disjunção maxilar com ancoragem
esquelética temporária: revisão narrativa Introdução: A recidiva é qualquer alteração desfavorável
da posição dentária após o tratamento ortodôntico e está as-
Patrícia Frias Oliveira, Joana Patrício Garrau, François Durand
sociada a vários fatores. A fase de contenção visa prevenir a
Pereira, Hélder Nunes Costa, Pedro Mariano Pereira
recidiva através do uso de aparelhos, havendo procedimentos
Departamento de Ortodontia, Instituto Universitário Egas Moniz auxiliares que parecem optimizá-la. Existem protocolos, mas
a sua eficácia e duração não são consensuais. O objetivo desta
Introdução: Novas técnicas têm surgido que permitem re- revisão é avaliar a literatura atual no que diz respeito à eficá-
solver problemas esqueléticos transversais da maxila quando cia, duração e inovações da fase de contenção. Métodos: Efe-
a disjunção palatina é pouco previsível. Entre elas destaca-se a tuou-se uma pesquisa na plataforma PubMed relativa aos úl-
expansão rápida da maxila assistida por mini-implantes (MAR- timos 5 anos utilizando os termos “orthodontic retention”.
PE), utilizada maioritariamente em jovens adultos, que permi- Resultados: Desta pesquisa resultaram 638 artigos seleciona-
te minimizar os efeitos dentários e maximizar o efeito esque- dos pelos títulos, leitura dos resumos e, finalmente, do artigo
lético. Na sua base está um disjuntor maxilar convencional completo. Foram revistos 24 artigos, incluindo uma revisão
com ancoragem em mini-implantes no palato, que garante sistemática Cochrane de 2016. Conclusões: Existem vários ti-
uma transmissão mais eficaz da força à base óssea, maior an- pos de contenções. As fixas, eficazes e não dependentes da
coragem do dispositivo e maior estabilidade primária, manten- colaboração do paciente, têm como desvantagens a difícil hi-
do as hemi-maxilas separadas durante o período de consolida- giene, o risco de descimentação, fratura ou torque indesejado.
ção. A presente revisão narrativa tem como objetivos avaliar os Podem ser feitas em diferentes materiais e formatos. As con-
expansores esqueléticos da maxila ancorados por mini-im- tenções removíveis facilitam a higiene e o seu uso em part-ti-
plantes, descrever os efeitos esqueléticos e dentários, as van- me é suficiente, mas dependem da colaboração do paciente.
tagens e desvantagens do seu uso, e ainda os riscos associados. As mais utilizadas são a placa de Hawley e as termoplásticas.
Materiais e métodos: Foram feitas pesquisas em diferentes Quando comparadas, a termoplástica é mais estética e confor-
bases de dados: Pubmed, Scielo, B-on, utilizando as palavras- tável, para além de permitir melhor estabilidade e controlo de
-chave: MARPE, disjunção palatina e expansão maxilar. A pes- rotações, no entanto apresenta maior degradação. A escolha
quisa restringiu-se entre os anos 2000 e 2019. Resultados: Exis- do tipo de contenção deve ser feita na fase de planeamento do
te um vasto leque de vantagens no uso da MARPE: aplicação da tratamento. Enquanto na maioria dos casos tanto contenções
força perto da sutura palatina mediana, limitando as forças fixas como removíveis permitem controlar a recidiva, há si-
aplicadas aos dentes; menor inclinação dentária; efeitos perio- tuações em que é vantajoso optar pela fixa, tais como encer-
dontais adversos menores; melhor controlo vertical em pacien- ramento de diastemas ou correção de rotações severas. A
tes hiperdivergentes; menor movimentação dos dentes de an- maioria dos autores defende a utilização das contenções toda
coragem; potencia os efeitos de protração maxilar; pode ser a vida de forma a minimizar a recidiva e responder às altera-
uma alternativa ao tratamento cirúrgico em pacientes no final ções fisiológicas associadas ao crescimento e envelhecimento.
do crescimento e em jovens adultos; é um tratamento estável Existem, na fase de contenção, procedimentos como a redução
e com recidiva limitada e, por fim, promove uma melhoria na interproximal, o laser de baixa intensidade, a técnica cirúrgica
permeabilidade das vias aéreas. Contudo, também apresenta de fibrotomia, vibração mecânica e fármacos que podem au-
desvantagens no seu uso como: procedimento invasivo, com xiliar na diminuição do risco de recidiva, no entanto carecem
custo extra; taxa de insucesso dos mini-implantes; inflamação ainda de investigação. Implicações Clínicas: O protocolo mais
da mucosa, dificuldade na higiene oral risco de infeção e a não usado é contenção removível superior e fixa inferior para toda
separação de algumas suturas cranianas. A taxa de sucesso é a vida. Sugere-se o uso da removível em part-time. A evidência
descrita na literatura em cerca de 85% dos casos. Conclusões: existente não permite definir qual a melhor abordagem pelo
A análise da literatura disponível revela que a disjunção pala- que esta será determinada pela experiência clínica do Orto-
tina com ancoragem em mini-implantes pode ser um eficaz dontista e especificidades do paciente.
método alternativo para corrigir a deficiência transversal da http://doi.org/10.24873/j.rpemd.2022.12.1032