Page 8 - Premios_SPAIC-DIATER
P. 8
Hipersensibilidade a anti-inflamatórios não esteroides revisitada
– Aspetos clinicolaboratoriais à luz da nova classificação da EAACI
Hypersensitivity to nonsteroidal anti-inflammatory drugs revisited –
Clinical and laboratory data considering the new EAACI classification
Bárbara Kong Cardoso, Elza Tomaz, Sara Correia, Filipe Inácio
Serviço de Imunoalergologia – Centro Hospitalar de Setúbal
Rev Port Imunoalergologia 2016; 24 (3): 6-175
RESUMO
Introdução: Os anti -inflamatórios não esteroides (AINE) são a segunda causa de reações de hipersensibilidade
medicamentosa. O largo espetro de sintomas observados, os diferentes mecanismos fisiopatológicos envolvidos e a
exiguidade de métodos de diagnóstico eficazes tornam complexa a sua investigação. Objetivo: Classificar um grupo
de doentes com hipersensibilidade a AINE de acordo com o novo sistema proposto pela EAACI Task Force on NSAIDs
Hypersensitivity, caracterizar os grupos resultantes e avaliar os meios de diagnóstico clinicolaboratoriais de acordo
com esta perspetiva. Material e métodos: Foram analisados os processos clínicos de 64 doentes estudados no
período de 2010 a 2015 por hipersensibilidade a AINE em que o estudo tivesse incluído a realização do teste de
ativação de basófilos (TAB) e foi aplicada ao grupo a classificação referida: Grupo 1 – Doença respiratória exacerbada
por AINE; Grupo 2 – Doença cutânea exacerbada por AINE; Grupo 3 – urticária/angioedema induzido por AINE; Grupo
4 – Urticária/angioedema ou anafilaxia induzida por um AINE único. Foram registados e analisados dados demográficos,
clínicos e resultados de testes cutâneos, provas de provocação e TAB. Resultados: Foi possível classificar 59 dos 64
doentes. A diferença da prevalência de atopia foi significativa entre os grupos 3 e 4, respetivamente de 50% e de 5%
(p=0,027). Houve no total três provas de provocação positiva ao nimesulide e uma com o celecoxib. O metamizol foi
responsável por 54% das reações do grupo 4 e por 56% das reações anafiláticas nos doentes estudados. A positividade
dos testes cutâneos e do TAB, tomadas em conjunto, identificaram 11 (79%) dos doentes com hipersensibilidade
isolada a este fármaco. Conclusões: A classificação usada foi aplicável à maioria dos doentes estudados.Salientamos
a importância das provas de provocação para encontrar alternativas seguras e também a importância dos testes
cutâneos e do TAB no diagnóstico da hipersensibilidade isolada ao metamizol.
Palavras -chave: Anti -inflamatórios não esteroides, hipersensibilidade, classificação, teste de ativação dos basófilos.
ABSTRACT
Background: Nonsteroidal anti ‑inflammatory drugs (NSAIDs) represent the second most common cause of drug
hypersensivity (0.6 ‑5.7% of general population). The wide spectrum of symptoms, the various mechanisms involved and
the lack of efficient diagnosing methods turn it into a challenge to the allergist. Objective: The aim of this study was to
classify a group of patients with a history of NSAID hypersensitivity according to the system proposed by the EAACI Task
Force on NSAIDs Hypersensitivity, to characterize the resulting groups and to evaluate clinical and laboratory data
accordingly. Material and methods: Medical records of 64 patients referred to our Centre between 2010 and 2015 and
investigated for NSAID hypersensitivity with a basophil activation test (BAT) performed were investigated and classified:
group 1 ‑ NSAIDs ‑exacerbated respiratory disease; group 2 – NSAIDs ‑exacerbated cutaneous disease NSAIDs; group 3
‑induced urticaria/angioedema; group 4 – Single ‑NSAID ‑induced urticaria/angioedema or anaphylaxis. Demographic and
clinical data as well as skin tests, challenge tests and BAT results were analysed. Results: We were able to classify 59 out
of 64 patients. Atopy prevalence was significantly higher in group 3 (50%) than in group 4 (5%), p=0,027. The records showed
3 positive provocation tests to nimesulide and 1 to celecoxib. Metamizol was the culprit drug of 54% group 4 reactions and
56% of overall anaphylactic reactions. Skin tests and BAT positivity taken together could identify 11 (79%) of patients
reacting to metamizol in group 4. Conclusions: Most of our study patients fitted into the proposed classification. We
underline the role of provocation tests to find a safe alternative NSAID and also the efficiency of skin tests and BAT in the
diagnosis of metamizol hypersensitivity as single NSAID offender.
Key ‑words: Nonsteroidal anti ‑inflammatory drugs, basophil activation test, classification, hypersensitivity.
6 COLET ÂNEA DOS PRÉMIOS SP AIC–DIA TER

