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Raquel Ferro, Carlos Nunes, Irene Camacho, Miguel Paiva, Mário Morais -Almeida





            nos três anos estudados, sendo as concentrações mais   Contacto:
            elevadas registadas nos meses de verão e outono, tendo   Raquel Ferro
                                                              E-mail: rferro@uevora.pt
            os meses de inverno apresentado os índices mais baixos.
                                                              Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica
               A concentração média diária obtida foi de 3118 espo-  (SPAIC)
            ros/m  de ar e 2014 foi o ano com maior índice de espo-  Rua Manuel Rodrigues da Silva, 7C – Escritório 1
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            ros de fungos. Os tipos de esporos de fungos com maior   1600- 503 Lisboa, Portugal
            prevalência na atmosfera de Lisboa foram Cladosporium
            cladosporoides, Coprinus, Leptosphaeria, Agaricus, Cladospo-
            rium herbarum, Ustilago e Alternaria, sendo que o género   REFERÊNCIAS
            Cladosporium representou 50% do total dos esporos co-
            letados no triénio considerado.                   1.   Sousa L, Camacho IC, Grinn -Gofron A, Camacho R. Monitoring
               Constatou -se um claro efeito dos parâmetros me-   of anamorphic fungal spores in Madeira region (Portugal), 2003-
                                                                  -2008. Aerobiologia 2016; 32: 303-15.
            teorológicos sobre as concentrações de esporos de fun-
                                                              2.   Oliveira M, Ribeiro H, Delgado L, Fonseca J, Castel -Branco MG,
            gos presentes no ar. O tipo de influência variou consoan-  Abreu I. Outdoor allergenic fungal spores: Comparion between
            te o tipo de esporo de fungo. De entre  os fatores    nan urban and rural área in northern Portugal. J Investig Allergol
            meteorológicos, a temperatura média foi o que exerceu   Clin Immunol 2010;20:117 -28.
                                                              3.   Oliveira M, Ribeiro H, Delgado JL, Abreu I. The effects of meteo-
            maior influência nos níveis de esporos no ar atmosférico
                                                                  rological factors on airborne fungal spore concentration in two
            de Lisboa.                                            areas differing in urbanisation level. Int J Biometeorol 2009;53:61 -73.
               Este estudo veio dar a conhecer o comportamento   4.   Ferro R, Nunes C, Caeiro E, Camacho I, Paiva M, Morais-Almei-





            dos vários tipos de esporos de fungos na atmosfera de   da M. Aeromicologia de Lisboa e a sua relação com os fatores
                                                                  meteorológicos. Rev Port Imunoalergologia 2018;26:21-33.
            Lisboa e sublinha a necessidade da sua monitorização. A
                                                              5.   Oliveira M, Abreu I, Ribeiro H, Delgado L. Esporos fúngicos na
            monitorização destas partículas no ar atmosférico trará   atmosfera da cidade do Porto e suas implicações alergológicas.
            benefícios a nível clínico no que se refere a uma melhor   Rev Port Imunoalergologia 2007;15:61 -85.
            prevenção, diagnóstico e tratamento dos sintomas cau-  6.   Santos H. Espectro de esporos de fungos alergisantes na atmosfera
            sados pelos esporos de fungos.                        de Lisboa. Tese de Doutoramento. Instituto Superior de Agrono-
                                                                  mia, Universidade Técnica de Lisboa. 2011.
               Podemos concluir que será muito útil uma investigação
                                                              7.   Reyes ES, Cruz DR, Sánchez J. First fungal spore calendar of the
            futura que permita avaliar a relação entre a concentração   middle -west of the Iberian Peninsula. Aerobiologia 2016;32:529-
            de esporos fúngicos na atmosfera e as manifestações clí-  -39.
            nicas de doença alérgica respiratória em indivíduos sen-  8.   Rodríguez -Rajo FJ, Iglesias I, Jato V. Variation assessment of air-
                                                                  borne Alternaria and Cladosporium spores at different bioclimat-
            sibilizados a fungos.
                                                                  ical conditions. Mycol 2005;109:497-507.
                                                              9.   Herrero AD, Ruiz SS, Bustillo MG, Morales PC. Study of airborne
            Conflito de interesses                                fungal spores in Madrid, Spain. Aerobiologia 2006;22:135 -42.
               Os autores declaram que não existem conflitos de   10.  Nunes C, Câmara I, Ferreira MB, et al. Fungos na atmosfera de
                                                                  Portugal. Rev Port Imunoalergologia 2008;16:377 -94.
            interesse.
                                                              11.  Caeiro E, Camacho IC, Lopes L, Gaspar A, Todo -Bom A, Ferraz
                                                                  de Oliveira, et al. Rede Portuguesa de Aerobiologia: Resultados
            Agradecimentos                                        da monitorização de pólen atmosférico (2002 -2006). Rev Port
               Os autores agradecem à Sociedade Portuguesa de     Imunolaergologia 2007;17:235 -50.
                                                              12.  Caeiro E, Brandão R, Carmo S, Lopes L, Morais de Almeida M,
            Alergologia e Imunologia Clínica a disponibilidade na ce-
                                                                  Gaspar A, et al. Análise das concentrações de pólen de gramíneas
            dência dos dados ao Grupo de Interesse em Aerobiolo-  na atmosfera de Portugal Continental. Rev Port Imunolaergologia
            gia da SPAIC.                                         2014; 22:125 -38.


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            REVIST A POR TUGUESA DE IMUNO ALERGOLOGIA
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