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Raquel Ferro, Carlos Nunes, Irene Camacho, Miguel Paiva, Mário Morais -Almeida
com cerca de 550 000 habitantes corresponde à maior Quadro 1. Concentrações totais mensais e anuais (esporos
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área urbana de Portugal. Devido à influência marítima, o de fungos/m ) dos esporos de fungos obtidos em Lisboa no
triénio 2014 -2016.
clima de Lisboa é ameno e caracteriza -se pela presença
de fracas amplitudes térmicas, por um período seco bem 2014 2015 2016
definido (verão) e por uma grande irregularidade pluvio- Janeiro 81 173 66 414 73 794
métrica anual e inter -anual. Fevereiro 40 858 33 429 37 714
Do coberto vegetal da região de Lisboa fazem parte
Março 35 045 28 673 31 859
plantações de eucalipto (Eucalyptus globulus), de oliveira,
Abril 34 697 28 388 31 542
bem como de pinheiro-bravo (Pinus pinater). Nos espaços
verdes localizados nas zonas densamente urbanizadas Maio 54 357 44 474 49 416
predominam espécies arbóreas, como a acácia -do -japão Junho 64 746 52 974 58 860
(Sophora japonica), o jacarandá (Jacaranda mimosifolia), o Julho 72 248 59 112 65 680
ulmeiro (Ulmus spp.), o choupo (Populus spp.), a tília (Tilia Agosto 118 800 97 200 108 000
ssp.) e a pimenteira -bastarda (Schinus molle), entre outro
Setembro 125 640 102 797 114 218
tipo de vegetação arbustiva e herbácea.
Outubro 250 536 204 984 227 760
Obtenção e análise dos dados meteorológicos Novembro 170 170 139 230 154 700
Os valores médios diários de temperatura média do Dezembro 210 311 172 073 191 192
ar, humidade relativa e precipitação foram obtidos pela Média diária 3 430 2 807 3 116
estação meteorológica do Instituto Superior Técnico (38.º Total 1 258 580 1 029 747 1 144 734
44’ 9’’N; 9.º 08’18’’O, altitude média de 100 metros aci-
ma do nível do mar), localizada próxima da estação de
monitorização de bioaerossóis de Lisboa (http://meteo. Verificou -se a presença de esporos de fungos na atmos-
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ist.utl.pt/index.php) . fera de Lisboa durante todo o triénio estudado. A distri-
Devido à não linearidade e não normalidade das va- buição dos esporos de fungos foi semelhante nos três anos
riáveis analisadas utilizou -se a correlação de Spearman (Figura 1). Contudo, o valor diário de concentração de
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para avaliar a relação entre as concentrações médias Figura 1: Variação anual das concentrações dos esporos de fungos presentes na atmosfera de
esporos de fungos mais elevado foi de 23 628 esporos/m
Lisboa (2014-2016).
diárias dos esporos de fungos e os parâmetros meteoro-
lógicos. A análise estatística foi realizada através do pro-
300.000
grama IBM SPSS Statistics 22.0 (Armonk, NY, USA).
250.000
Esporos de fungos/m 3 ar 150.000 2015
RESULTADOS 200.000 2014
Durante o período de estudo verificou -se uma con- 100.000 2016
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centração média diária de 3118 esporos/m de ar. O ano 50.000
com maior concentração média diária foi 2014, com 3430 0
3
esporos/m de ar, enquanto 2015 foi o ano em que se
registou a concentração média diária mais baixa, 2807 Figura 1. Variação anual das concentrações dos esporos de
esporos/m de ar (Quadro 1). Figura 2: Variação da concentração mensal dos esporos de fungos, Cladosporium
3
fungos presentes na atmosfera de Lisboa (2014-2016)
cladosporoides, Coprinus, Leptosphaeria, Agaricus, Cladosporium herbarum, Ustilago, e
Alternaria no triénio 2014-2016.
32 200000 C. Cladosporoides 20000 Coprinus
REVIST A POR TUGUESA DE IMUNO ALERGOLOGIA 15000
150000
Esporos de fungos/m 3 ar 100000 2014 Espros de fungos/m 3 ar 10000 2014
2015
2015
5000
50000
2016
2016
0 0
7000 14000
6000 Leptosphaeria ar 12000 Agaricus
Espros de funfos/m 3 ar 3000 Esporos de fungos/m 3 6000
5000 2014 10000 2014
8000
4000
2000 2015 4000 2015
2016
2016
1000
2000
0 0
5000 C. herbarum 7000 Ustilago
Esporos de fungos/m 3 ar 2000 2015 Esporos de fungos/m 3 ar 3000 2015
4000 6000
5000
3000 2014 4000 2014
1000 2016 2000 2016
1000
0 0
5000 Alternaria
e fungos/m 3 ar 4000 2014
3000
2000